Exportações retomam em ritmo mais forte e arroba se valoriza nos principais mercado pecuários, enquanto oferta de animais terminados permanece restrita em plena safra
A oferta restrita de animais não permite espaço para um volume grande de negócios no mercado físico do boi gordo, apesar das escalas de abate dos frigoríficos brasileiros apresentarem prazos apertados, relatam a Scot Consultoria e a IHS Markit nesta terça-feira (2/3).
Segundo apurou a Scot, o boi gordo direcionado ao mercado interno é vendido atualmente por R$ 302/@ (a prazo, valor bruto) em São Paulo, enquanto os negócios envolvendo vaca e novilha gordas ocorrem em R$ 282/@ e R$ 294/@, respectivamente. Boiada gorda com padrão exportação (animais jovens, com até 30 meses de idade) vale em torno de R$ 305/@.
Além da oferta restrita, os frigoríficos sofrem com a estagnação do consumo de carne bovina no mercado varejista, motivada por um conjunto de fatores, como as novas medidas de isolamento social (para conter o avanço da Covid-19) em grandes centros urbanos do País, e a queda do poder aquisitivo da população diante da crise vivenciada por muitos setores da economia brasileira e, consequentemente, o aumento da taxa de desemprego.
As turbulências no País impedem o repasse dos aumentos dos custos operacionais – principalmente pelo avanço recorde da arroba bovina – para o restante da cadeia (atacado/varejo), motivando o ambiente de morosidade nas negociações, relata a IHS Markit. “As indústrias frigoríficas que atendem essencialmente o mercado interno sofrem com o frágil consumo, enquanto que as plantas habilitadas para exportação conseguem equalizar melhor os seus custos operacionais”, observa a consultoria.
Enquanto isso, os pecuaristas que já possuem boiadas gordas optam por cadenciar as suas ofertas de venda, valendo-se das boas condições de pasto em algumas regiões do Brasil. “Tal fato colabora para restringir ainda mais a oferta de animais terminados e favorecer ocorrência de negócios fechados a preços mais firmes”, informa a IHS.
Portanto, segundo previsão das consultorias, no curtíssimo prazo, a possibilidade de retração dos preços do boi gordo se mostra improvável. Além da baixa oferta de boiadas terminadas, o viés altista, avalia a IHS Markit, é mantido pela retomada recente das vendas de carne bovina ao mercado externo, alavancadas sobretudo pela maior demanda chinesa e também pelo atual comportamento da taxa de câmbio (valorização do dólar frente ao real), que deixa o produto brasileiro ainda mais competitivo no mercado internacional.
Giro pelas praças
Segundo apurou a IHS, nesta terça-feira, foram observados aumento nos preços do boi gordo no Mato Grosso do Sul e nas praças de São Paulo, regiões onde as vendas de boiadas para exportação vem ganhando terreno.
Na região Norte, as cotações da arroba seguem aparentemente firmes, também sustentadas pela demanda externa. Nos Estados de Tocantins e Pará, o mercado evolui com preços firmes e bom volume de negócios, segundo a IHS.
No mercado atacadista brasileiro, os preços seguem estáveis, tanto de cortes do dianteiro quanto do traseiro. Os novos lockdowns impostos pelos governos de vários Estados brasileiros devem manter a demanda inconsistente, desfavorecendo o repasse de custos, avalia a IHS.
Exportações recuperam no final de fevereiro
O Brasil exportou 102,12 mil toneladas de carne bovina in natura no mês passado, volume 7,64% menor que as 110,58 mil toneladas embarcadas em fevereiro de 2020, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Apesar do recuo mensal, a Scot Consultoria lembra que que os embarques haviam caído 26,8% até a primeira quinzena de fevereiro, e mostraram recuperação nas semanas seguintes do mês. A receita total dos embarque do mês passado atingiu US$ 463,58 milhões, queda de 5,32% frente ao faturamento no mesmo período do ano anterior (US$ 489,65 milhões).
Apesar do recuo no volume e faturamento, o preço médio pago por tonelada de carne bovina in natura no mercado internacional melhorou 2,51% no mesmo período de comparação, atingindo US$ 4.539,30/t, em fev/21, ante US$ 4.428,10/t em fev/20, relata a Scot.
Cotações desta terça-feira (2/3), segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 286/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 281/@ (à vista)
vaca a R$ 268/@ (à vista)
MS-C. Grande:
boi a R$ 283/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 283/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 291/@ (prazo)
vaca a R$ 276/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 293/@ (prazo)
vaca a R$ 277/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 292/@ (prazo)
vaca a R$ 280/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 296/@ (à vista)
vaca a R$ 279/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 290/@ (à vista)
vaca a R$ 276/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca R$ 278/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 276/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 281/@ (à vista)
vaca a R$ 263/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 299/@ (prazo)
vaca a R$ 270/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 294/@ (prazo)
vaca a R$ 281/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 279/@ (à vista)
vaca a R$ 271/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 291/@ (à vista)
vaca a R$ 276/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 291/@ (à vista)
vaca a R$ 276/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 278/@ (prazo)
vaca a R$ 273/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 278@ (prazo)
vaca a R$ 273/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 273/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 281/@ (prazo)
vaca a R$ 271/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 279/@ (à vista)
vaca a R$ 269/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 276/@ (à vista)
vaca a R$ 263/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 281/@ (prazo)
vaca a R$ 263/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 272/@ (à vista)
vaca a R$ 256/@ (à vista)
Fonte: Portal DBO