Suspensas temporariamente por causa dos casos atípicos do mal da “vaca louca” confirmados pelo Ministério da Agricultura em Belo Horizonte (MG) e Nova Canaã do Norte (MT), as exportações de carne bovina do país para a China (incluindo Hong Kong) representaram 59% do volume e da receita totais entre janeiro e agosto deste ano.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), para todos os destinos os embarques somaram 1,284 milhão de toneladas e renderam US$ 6,26 bilhões. O volume foi praticamente o mesmo de igual intervalo de 2020, mas a receita cresceu 15%.
Nos primeiros oito meses do ano, os Estados Unidos se mantiveram como os segundos maiores compradores de carne bovina brasileira (66,5 mil toneladas, 92,7% mais que no mesmo período de 2020), seguidos pelo Chile (62,6 mil toneladas, alta de 24,4%) e pelo Egito (35,5 mil toneladas, queda de 54,9%).
Recorde em agosto
Em agosto, com a forte demanda chinesa, houve aumento do volume total exportado depois de três meses de quedas. Segundo a Abrafrigo, foram 211,9 mil toneladas, 10,8% mais que no mesmo mês do ano passado. Segundo a entidade, foi o primeiro mês na história em que as exportações superaram a marca de 200 mil toneladas. A receita, também recorde, atingiu US$ 1,175 bilhão, um avanço de 56% na comparação.
Em nota, a Abrafrigo destacou que pesaram para essa recuperação do volume exportado pelo Brasil a suspensão das exportações argentinas a Casa Rosada adotou a medida em uma tentativa de conter a inflação no país — e a redução da oferta na Austrália, “onde o rebanho ainda não se recuperou de sucessivas perdas devido a secas e enchentes”.
Fonte: Valor Econômico