O Projeto Carbono Araguaia, tocado pela Liga do Araguaia em parceria com a Dow Brasil, chegou a fim neste mês de março, após cinco anos de testes em 24 fazendas pecuárias no Vale do Araguaia, em Mato Grosso. Conforme nota da Liga, as fazendas participantes reúnem 79,9 mil hectares de pastagens que foram manejadas de maneira sustentável e com a finalidade de provar que a pecuária de corte pode ser grande sequestradora de carbono, caso conduzida de maneira adequada. A Embrapa Gado de Corte também participou da iniciativa, a fim de confirmar sua viabilidade técnica, buscando o futuro enquadramento das práticas adotadas no protocolo CBC, Carne Baixo Carbono, desenvolvido pela Embrapa.
Entre 2016 e 2020, a mitigação de carbono nas fazendas participantes alcançou 113.928 toneladas de CO2 equivalente, resultados apresentados na sexta-feira, em dia de campo virtual para os integrantes da Liga do Araguaia. Segundo a instituição, o projeto contribuiu também para o desenvolvimento sustentável do Vale do Araguaia mato-grossense, com 43 mil hectares de pastagens recuperadas; aumento do rebanho de 73,1 mil cabeças para 107,04 mil cabeças de gado entre 2016 e 2020; aumento da lotação de pastagens de 0,89 cabeça por hectare para 1,4 cabeça por hectare, ou seja, mais de 64% e redução da idade de abate de 28 para 22 a 24 meses. “Os números agora estão em processo final de verificação e validação por meio de auditorias terceiras independentes”, informa a Liga.
Dentre as práticas adotadas para mitigação de gases do efeito estufa e em direção a uma maior sustentabilidade e produtividade, destacam-se a reforma e restauração de pastagens e a integração lavoura-pecuária (ILP), “técnicas em uso crescente pelas 24 fazendas da Liga do Araguaia participantes do projeto e com resultados comprovados no Cerrado”, cita a entidade.
A Liga reforça, ainda, que “o projeto Carbono Araguaia comprova que a pecuária tem capacidade de remoção de GEE (gases do efeito estufa) pelas pastagens, quando observadas as práticas sustentáveis testadas no projeto pelas fazendas participantes”. Além disso, para a entidade, o projeto “é uma evidência de que o Brasil tem um modelo tropical de pecuária a pasto que incorpora o benefício da mitigação de GEE por meio da adoção de práticas sustentáveis testadas pela iniciativa e que podem ser replicadas para reduzir os impactos ambientais por meio da recuperação de pastagens degradadas, como também garantir maior lucratividade com a intensificação feita de forma sustentável”.
Fonte: Broadcast