Os preços de carnes devem se manter firmes durante o primeiro semestre de 2021, avalia o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na nota de conjuntura sobre Mercados e Preços Agropecuários, divulgada na quinta-feira, 29, e que será divulgada trimestralmente, o instituto cita a falta de animais, o alto custo de produção e as exportações como fatores de influência.
Para a carne bovina, o Ipea afirma que o ano deve ser difícil para quem trabalha com engorda de animais. “O menor volume de abate já observado ao longo de 2020 deve seguir no primeiro semestre de 2021”, afirma no documento.
No segundo semestre, a oferta de animais oriundos do confinamento vai depender dos preços de insumos e peças de reposição, que começaram o ano em patamares altos.
Pelo lado da demanda, segundo o instituto, frigoríficos relatam dificuldade de repassar ao consumidor os aumentos no preço da arroba do boi gordo, o que pode pressionar a arroba.
Já a carne de frango deve ter, no segundo trimestre, manutenção dos patamares de preço vistos no primeiro por causa dos altos custos com ração, em especial milho e farelo de soja. Outro motivo é a competitividade do frango ante as carnes bovina e suína. “O menor poder de compra da população tende a favorecer o consumo de proteínas mais baratas, como é o caso da carne de frango”, diz o Ipea.
Quanto à carne suína, a expectativa é de aumento de preço no animal vivo, também por causa do custo de produção. As fortes exportações para a China – o país asiático tem dificuldades de recompor seu rebanho após a peste suína africana – também seguram os preços internos.
Fonte: Estadão Conteúdo