A modelagem envolverá o valor do sequestro de CO2 de pecuária e agricultura, além de componentes como água e biodiversidade; proposta nasce com a criação do Instituto Agroambiental Araguaia
O movimento Liga do Araguaia lançou na quinta-feira (29/4) o seu braço empresarial o Instituto Agroambiental Araguaia (IAA), e, de cara, já propôs uma iniciativa inédita: a estruturação da modelagem de um programa de pagamento por serviços ambientais que vão dar o devido valor ao sequestro de gás carbônico (CO2), tanto da pecuária como da agricultura, como de recursos como água e biodiversidade.
“Um dos poucos programas de pagamento por serviços ambientais na pecuária que se tem notícia no mundo é feito no Canadá. Mas a pastagem por lá fica debaixo do gelo no inverno. Já no Brasil, é o ano inteiro. E vamos além, incluindo na conta o valor de preservação de recursos como a água e a biodiversidade existente em cada propriedade”, diz o engenheiro agrônomo José Carlos Pedreira, coordenador da Liga.
O movimento reúne 62 propriedades rurais de 11 municípios de Mato Grosso, na região conhecida como Vale do Araguaia. Com foco numa produção sustentável, em equilíbrio com o meio ambiente, o grupo recentemente apresentou os resultados de sequestro de CO2, e apresentado com exclusividade, no programa DBO.
Agora, sob uma administração empresarial, captando recursos de sócios, patrocinadores, e demais entes apoiadores de projetos. A apresentação do IAA pode ser conferido no canal do Youtube da Liga do Araguaia.
O grupo responsável pela fundação do IAA é constituído por dez pecuaristas que atuam na região. São eles: Alexandre de Cico Annicchino (fazenda Água Preta), Braz Custódio Peres Filho (fazenda Sucuri), Caio Penido Dalla Vecchia (Agropecuária Água Viva), Carlos Roberto Della Liberal (fazenda Paraná), Carmen Maria Bruder da Fonseca (fazenda Entrerios), Frederico Simioni (Macucão Agropecuária), José Ricardo Lemos Rezek (Agropecuária Rica), Mario Buri (San Carlo Agropecuária), Raul Almeida Moraes Neto (fazenda Santa Rita) e Pelerson Penido Dalla Vecchia (Agropecuária Roncador). Entre as empresas apoiadoras da iniciativa estão Cargill, Elanco, Friboi, Sumitomo e Zooflora.
Pecuária de valor
A modelagem de PSA ainda está no início. É uma iniciativa que será desenvolvida juntamente com a empresa japonesa de agroquímicos Sumitomo, que já desenvolve um projeto semelhante com produtores de soja, no Maranhão.
Segundo Pedreira, o projeto deverá estar estruturado em até cerca de um ano. Este é apenas um de grupo inicial de seis projetos que estão sob o guarda-chuva do Instituto.
No entanto, mais que desenvolver iniciativas, que mostrem como é possível aliar a produção no campo, o Instituto Agroambiental Araguaia quer ser um ponto de convergência entre o campo e cidade, e apresentar ao mundo soluções que são possíveis para produção sustentável de alimentos.
“O Instituto tem a possibilidade de tornar visível para o Brasil e para o mundo que nós não só sabemos produzir alimentos, mas como nós produzimos com competência e sustentabilidade”, diz Carmem Bruder, pecuarista e coordenadora do Comitê de Regularização Ambiental da Liga do Araguaia.
Fonte: Portal DBO