Analistas acreditam que, tradicionalmente, o fim de ano costuma ver um aumento nos preços da carne bovina devido à alta demanda.
Mesmo com uma ampla oferta de carne no mercado interno devido ao alto número de abates de bovinos em 2023, espera-se que os preços no varejo aumentem até dezembro. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos estima um crescimento de 8% na produção de carne bovina no Brasil em relação ao ano anterior, com um aumento de 7% no número de abates de bovinos.
Embora a arroba do boi gordo tenha diminuído cerca de 30% ao longo de 2023, o preço da carne no atacado caiu apenas cerca de 18%, e no varejo, a redução não chegou a 10%. Agora, com a maioria dos abates já ocorridos, espera-se que a arroba se estabilize e possa aumentar nos próximos meses, limitando a queda nos preços para os consumidores.
A estrutura de repasses ao longo da cadeia de produção da carne demorou a refletir as reduções nos preços, devido a aumentos em outros custos, como distribuição e salários. A remuneração inadequada aos pecuaristas também levou a uma redução na oferta de gado, contribuindo para a estabilização dos preços. Espera-se que a demanda por carne aumente no final do ano, independentemente da quantidade disponível no mercado, o que pode impulsionar os preços.
A recuperação dos preços da carne dependerá da eficácia dos programas de estímulo financeiro adotados pelo governo chinês, que é o principal cliente do Brasil. Para as empresas do setor de carnes, um cenário de preços internos mais altos no final do ano é positivo, pois beneficiará os frigoríficos. No entanto, no mercado financeiro, cada empresa tem suas particularidades que influenciam seus ativos além dos fundamentos do mercado.
Fonte: Globo Rural