Abate recorde de vacas ajuda a reduzir inflação no Brasil

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Descarte sazonal de matrizes em meio a virada de ciclo pecuário pressiona preço da arroba com impacto nos preços da carne bovina

O abate recorde de vacas no primeiro trimestre deste ano, com crescimento de 17,9% em relação ao mesmo período do ano passado e a maior variação desde 2005, tem contribuído para pressionar as cotações da arroba bovina, hoje abaixo dos R$ 230, valor 30% inferior aos observados no ano passado.

Sazonalmente maior no primeiro semestre, quando o fim do período de reprodução e a redução de pastagens, as perspectivas para o segundo semestre são de taxas menores em relação a primeira metade de 2023, mas ainda acima do observado em igual período do ano passado.

“O pior já passou pra esse ano, mas de qualquer forma ainda vai ter descarte de matrizes no segundo semestre. Vamos ter um período em que abate de fêmeas vai ser superior quando olharmos para 2022, mas menor quando compararmos com primeiro semestre deste ano”, explica o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, ao destacar o peso do descarte de fêmeas sobre as cotações da arroba bovina.

“Lógico que esse aumento da oferta de fêmeas acabou provendo uma aceleração da queda dos preços da arroba do boi gordo. Se tem mais vaca gorda batida, vai ter mais carne no mercado e tudo isso resume muito essa curva de preços do boi gordo num patamar bem mais baixo. Isso vai contribuir bastante para os índices inflacionários, mas para o pecuarista aumenta o desafio”, destaca o analista.

De acordo com a analista de mercado da Scot Consultoria, Julia Zenatti, o maior descarte de fêmeas deste ano potencializou os efeitos do embargo chinês decretado após um caso atípico de mal da vaca louca no Pará no início deste ano. O evento levou o pecuarista a reter a boiada à espera de uma recuperação dos abres após a reabertura da China o que não se confirmou e gerou uma oferta ainda maior de animais prontos para abate.

“Apesar dos dados oficiais no segundo trimestre ainda não terem sido divulgados, todas as consultas que a gente faz com agentes de mercado a gente pode ver que houve um forte incremento na oferta de boiadas entre março e junho”, revela Julia ao destacar que a maior participação de fêmeas nos abates deve se prolongar até agosto.

Segundo o índice oficial de inflação do IBGE, o IPCA, as carnes acumulam deflação de 5,9% até junho deste ano e de 6,73% no acumulado em 12 meses. Só no último mês, a queda foi de 2,1%. “O viés para o ano de 2023 é de preços mais baixos quando comparamos com outros anos. A grande questão é que os preços do boi gordo caíram muito agressivamente e, como agora estamos em estação de confinamento, esse produtor vai ter que usar muito bem as ferramentas de gestão para conseguir uma lucratividade satisfatória”, completa Iglesias.

Fonte: Globo Rural

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