Para o ciclo 2021/2022, Conab prevê volume 35,6% superior à safra passada. Cereal vem tendo alta adesão de pecuaristas, sobretudo para suprir a alimentação animal nos meses mais secos.
Mesmo com vários registros de intensos estresses hídricos no principal estado produtor (Goiás), o cultivo de sorgo no Brasil se mantém em expressiva ascendência. A projeção da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), feita em seu último boletim de grãos em 8 de setembro/2022, aponta que a produção do cereal na safra 2021/2022 será 35,6% maior do que a safra anterior, superando a casa de 2,8 milhões de toneladas. Este avanço exigiu um incremento de área plantada de apenas 19,4% de uma safra para outra.
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Confirmando estes números, a produção de sorgo no Brasil terá crescido 75% em 12 anos no País, saindo de 1,6 milhão/t na safra 2009/2010 para as 2,8 milhões/t no ciclo 2021/2022.
Em Mato Grosso, a Conab observou “incremento expressivo de área” e uma produtividade média de 2.708 kg/ha. Segundo a companhia, o uso mais crescente do sorgo é na função de substituto de outro cereal: o milho. Isso acontece sobretudo nas propriedades que evitam corre risco de entrar com esta cultura fora da janela recomendada, uma vez que o sorgo possui a vantagem de ser mais tolerante à escassez hídrica se comparado com as demais culturas comerciais plantadas em terras mato-grossenses.
Em Mato Grosso do Sul, a Conab registrou mais de 80% das áreas colhidas com “produtividades acima das expectativas, surpreendendo os técnicos que possuem ainda pouca experiência com o cereal”. A companhia informa que a cotação do sorgo vem acompanhando 80% do preço ofertado pela saca de milho e que a comercialização (mais da metade já vendida) vem ocorrendo prioritariamente entre produtor e consumidor final (confinadores de bovinos e fábricas regionais de ração)
O crescimento das lavouras de sorgo pelo Brasil reflete também os avanços em modelos de orientação ao produtor, sobretudo em relação às janelas de risco de cultivo. Em 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) instituiu o zoneamento agrícola do sorgo granífero. Em 2021 foi a vez da criação do zoneamento para o sorgo forrageiro, hoje em uso crescente em modelos de integração lavoura-pecuária e em sistemas de produção que adotam o resgate (ou sequestro) de animais no pasto durante os meses secos (oferecendo o volumoso no cocho). O produtor que segue o zoneamento ganha em segurança e proteção. Muitos agentes financeiros só liberam crédito para lavouras em áreas zoneadas e em uso de cultivares indicadas.
O sorgo é uma cultura muito antiga, originária da África e parte da Ásia. No entanto, somente no final do século passado começou a ocupar espaços agropecuários significativos pelo mundo. Em 1984 já foi o quinto cereal mais produzido no planeta, perdendo apenas para trigo, arroz, milho e cevada. Sua versatilidade vem chamando a atenção da agroindústria brasileira, uma vez que pode ser usado para o consumo humano, de animais e por diversas formas nas indústrias. No país a diversificação da matriz produtiva vem estimulando os cultivos de sorgo sacarino, granífero, forrageiro, vassoura e biomassa.
Fonte: Ascom