Cloreto de potássio ainda é um dos principais ponto de atenção diante dos problemas geopolíticos. Ureia apresenta baixas pontuais. Produtor brasileiro tem de estar atento às janelas de compra.
O mercado dos fertilizantes teve uma semana agitada, com muitas notícias chegando aos negociadores, principalmente pelo fato do setor estar intimamente relacionado às questões geopolíticas que continuam assombrando Rússia e Ucrânia. Todavia, para os preços, os impactos foram limitados e o mercado ainda espera por mudanças mais efetivas ou informações mais “corretas” sobre as tensões entre ambos os países.
A Rússia é a segunda maior exportadora global de nitrogenados e potássio e a quarta maior de fósforo. Em 2021, das importações brasileiras de fertilizantes 23% veio do mercado russo, o que mostra a dependência do Brasil deste país e a importância das relações comerciais entre Brasília e Moscou.
A exceção de se deu para os fosfatados, com uma correção de cerca de US$ 30,00 por tonelada para MAP e DAP – quase US$ 890,00 por tonelada CFR Brasil – “mas ainda não é reflexo das tensões entre a Rússia e a Ucrânia, é importante dizer”, explica Jeferson Souza, analista de fertilizantes da Agrinvest Commodities, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Sobre os fosfatados, a alta observada nos últimos dias está ligada à dificuldade das empresas de conseguir a matéria-prima e com a China ainda ausente de suas exportações desde 15 de outubro último. A nação asiática é a maior produtora e exportadora globais de fosfatados e sem ela de volta ao mercado será difícil ver uma baixa nos preços deste grupo.
Para Souza, os chineses deverão começar a voltar ao mercado a partir de março, mas comenta que mais especialistas afirmam que esse retorno poderia acontecer apenas depois de maio.
UREIA
Os preços da ureia, por outro lado, vêm caindo e já acumulam uma baixa expressiva no acumulado de 2022, inclusive no mercado brasileiro. Parte do movimento se atribui ao comportamento de compra por parte da Índia no último leilão sendo mais conservador, adquirindo um volume menor do que o esperado e com um preço bem atrativo.
Além disso, há ainda certa estabilidade entre os preços do gás natural, o que também contribui para o movimento.
“Estes pontos foram fundamentais para vermos esse movimento de queda da ureia. Então, isso melhora a condição para o produtor que precisa comprar para a safra de inverno, tudo isso traz um pouco mais de alívio. Nada foi consolidado de que a ureia vai continuar caindo devido às tensões entre a Rússia e a Ucrânia. Se realmente houver uma invasão, podemos ver uma reversão desse movimento e a ureia explodir de novo no mercado brasileiro e internacional”, explica o analista.
Fonte: Noticias Agrícolas