Novos anúncios de vendas de soja pelo USDA vão confirmando deslocamento da demanda para os EUA

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O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou uma nova venda de soja para destinos não revelados nesta sexta-feira (4). O mercado, mais uma vez, especula a China como destino da oleaginosa norte-americana. Do total, 252 mil toneladas são da safra 2021/22 e 43 mil da safra 2022/23. 

“Traders confirmaram vendas de soja CNF (custo e frete destino) China pelo PNW (portos do Pacífico nos EUA) a +295H para embarque março. Essas vendas mostram que a estratégia da China será diversificação, o que pode colocar um teto aos prêmios no Brasil”, como explica o time da Agrinvest Commodities.

Quase todos os dias desta semana foram registrados novos anúncios de vendas, partes para a China, partes para destinos não revelados, sobre os quais o mercado também especula ser a nação asiática. 

A quebra da safra da América do Sul tem promovido um deslocamento da demanda para os Estados Unidos, onde a disponibilidade de produto é mais confortável e onde os preços tendem a ficar mais atrativos para os compradores, uma vez que os prêmios para a soja brasileira continuam subindo diante da oferta muito ajustada por aqui. 

Ademais, a China ainda precisa cobrir sua demanda pela oleaginosa entre abril e julho em cerca de 26 milhões de toneladas, segundo explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest. Por outro lado, as margens de esmagamento no país estão muito ruins e podem limitar o potencial de processamento e importações da commodity, 

“Hoje, já trabalho com uma estimativa de 90 a 91 milhões de toneladas de esmagamento para a temporada 2021/22 (atá o final de agosto), contra 97 milhões estimadas pelo USDA, e importações de 94 milhões, contra 100 milhões do USDA”, diz. 

Agora, o mercado monitora a volta da China ao mercado e aos negócios depois do feriado do Ano Novo Lunar, no início da próxima semana. “A retomada dos negócios nos dará uma boa ideia de como esse quebra cabeça será resolvido. Só para lembrar, antes do feriado os estoques de soja nos portos e os estoques de derivados estavam nas mínimas de muitos anos”, afirma Vanin.

As perdas da safra 2021/22 da América do Sul ainda não foram total e completamente contabilizadas. Os prejuízos ainda se intensificam nos campos do Rio Grande do Sul – onde as chuvas são inexpressivas e as temperaturas passam dos 40ºC em diversas regiões produtoras – bem como em regiões do Paraguai – para a soja de segunda – e da Argentina – onde o calor também continua. 

Assim, o mercado monitora números oficiais que chegam na semana que vem. Na quarta-feira, o USDA traz seu novo reporte mensal de oferta e demanda, enquanto a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) chega com seu levantamento sobre a safra de grãos 2021/22, e ambos podem mexer com o andamento dos preços, mesmo que pontualmente, já que os fundamentos já conhecidos pelo mercado são bastante fortes. 

“Provavelmente, o USDA terá que cortar novamente a demanda externa por milho e aumentar da soja, resultando em estoque de soja menor e estoque de milho maior. Nessa seman, a a soja novembro acumula uma alta de 45 centavos por bushel e o milho dezembro uma queda de 2 centavos. Diria que na próxima semana essa tendência vai ser mantida”, complementa o analista da Agrinvest. 

Fonte: Noticias Agrícolas

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