Volume de fretes rodoviários do agro cresceu 47% em 2021, diz FreteBras

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O transporte rodoviário de produtos do agronegócio está cada vez mais digitalizado, e isso é perceptível a partir dos dados da FreteBras, plataforma que atua na América do Sul. De acordo com levantamento feito pela empresa, o volume de cargas movimentadas pelo setor no Brasil cresceu 46,9% em 2021 na comparação com 2020. 

Esses fretes movimentaram R$ 23 bilhões pagos aos motoristas e representaram 36,6% das cargas totais. No total, os 8 milhões de fretes contratados pela plataforma movimentaram R$ 63 bilhões no ano passado. 

O retrato do mês de janeiro mostra que a normalização do ritmo da colheita de soja, depois do atraso do ano passado, também altera o fluxo do transporte rodoviário. O volume transportado pelo agro na plataforma no mês passado cresceu 47% e representou 38% do total, ante 30% um ano antes. 

“Sabemos que o agronegócio é uma das principais forças do Brasil. O volume de fretes acompanha essa representatividade do setor para a nossa economia e o fato de as safras baterem recorde atrás de recorde”, disse Bruno Hacad, diretor de operações da FreteBras, ao Valor. 

Apesar do crescimento em 2021, Hacad ressalta que o valor médio dos fretes permaneceu estável na comparação com 2020, o que tem castigado a remuneração dos motoristas. “O diesel, que subiu 48% no ano passado, representava entre 40% e 45% do custo do caminhoneiro. Hoje representa 60%.” 

Principais Estados e produtos 

No decorrer de 2021, os Estados que concentraram a maior parte das viagens para atender o setor foram São Paulo (15% do total), Rio Grande do Sul (14,7%), Paraná (13,5%) e Minas Gerais (10,6%). Os produtos mais transportados foram fertilizantes (31,5%), milho (10,9%) e soja (9,2%), seguidos por trigo (3,5%) e açúcar (3,4%).

“O fato de transportarmos mais fertilizantes está atrelado provavelmente à matriz da plataforma, que favorece grandes distâncias. Na ponta dos grãos, fazemos muito a last mille, depois que a soja e milho já passaram pelas ferrovias”, comentou Hacad. 

Outra questão é que há mais empresas cadastradas na Fretebras que são do Sul e do Sudeste, e muitas delas são de menor porte e não têm frota própria. 

Movimentação nos portos 

O relatório da empresa também analisou a movimentação dos fretes nos portos de Paranaguá (PR), Rio Grande (RS) e Santos (SP,) que, juntos, representam cerca de um quarto de toda a carga que entra e sai do Brasil.

No ano passado, Paranaguá foi um dos principais pontos de origem para a importação de adubos e fertilizantes. O levantamento revela que o volume dos fretes desses produtos, originados em Paranaguá, aumentaram 59,5% em comparação com o ano anterior. Quanto à exportação, a soja foi o principal item escoado, e registrou aumento de 23% no volume de fretes na plataforma da FreteBras. 

Já no porto de Rio Grande, os fretes de fertilizantes aumentaram 168,8% na comparação entre os anos, e os fretes de soja destinados ao porto gaúcho registraram alta de 9%. Em Santos, os fretes de adubos e fertilizantes aumentaram 124,8%. Os fretes de soja e açúcar para exportação também tiveram destaque no período, com altas de 76,9% e 17,6%, respectivamente. 

Fluxo em janeiro 

Em janeiro, com as dificuldades para importação de fertilizantes devido às ameaças de conflito entre Rússia e Ucrânia, restrições às exportações de Belarus e escassez de matéria-prima, o volume de frete contratado de insumos caiu 50% na comparação com o mesmo mês de 2021. 

Por outro lado, a normalização da colheita de soja fez subir 75% o volume contratado para o grão, com destaque para Mato Grosso e Goiás. “A representatividade de Mato Grosso no total transportado pelo agronegócio em janeiro do ano passado era de 6,8%, e passou a ser de 15%. No caso de Goiás, passou de 2,5% para 9,7%, relatou Hacad. 

Fonte: Valor Econômico

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