Luiz Pacheco avalia cenário internacional e faz projeção para o grão até dezembro
Os preços da soja apresentaram queda entre o final de março e início de abril. Em algumas praças, a saca foi negociada, em média, 30 reais abaixo do que há dois meses. No entanto, nesta semana, o mercado começou a operar em leve alta, com Chicago registrando aumento de 1,79%.
Ainda assim, segundo o analista de mercado Luiz Pacheco, tal cenário não deve se manter porque inexistem fatores de suporte. “Há um aumento de oferta nos Estados Unidos, há também estoque maior por lá e eles ainda pretendem aumentar a área de plantio na próxima safra. O Brasil e a Argentina também, provavelmente, vão aumentar a área, então os preços não vão subir”, declara.
Segundo ele, outro fator que colabora para a queda d02e preços é a situação envolvendo a maior compradora de soja do mundo. “A China está adquirindo menos. Há quatro anos, comprava 100 milhões de toneladas, no ano seguinte, caiu para 99 milhões, depois 98 e, neste ano, a última estimativa aponta para 94. Então, em quatro anos, o país asiático está importando seis milhões de toneladas a menos e isso repercute nos preços”.
Para o analista, toda essa conjuntura transmite um recado claro ao produtor: venda a sua soja o quanto antes. E a conjuntura geopolítica atual, que tende a baixar ainda mais o dólar, reforça o conselho. “A guerra não vai acabar agora e quanto mais aumenta o conflito, mais dólar entra no Brasil porque nosso país é o porto seguro no mercado internacional de capitais atualmente. Por isso que o dólar está caindo muito e no segundo semestre a entrada da moeda será ainda maior no Brasil”, considera.
Fonte: Canal Rural