Para se ter ideia, o bezerro de ano, que custava R$ 2.903,96/cab. no 2º tri/22, foi cotado a R$ 2.245,58/cab. no mesmo período de 2023, o que significa retração de 22,67% nos preços da categoria, os dados são do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Segundo o Imea (Projeto Rentabilidade), no 2º tri/23 o custo operacional efetivo (COE) para a recria e engorda foi de R$ 213,19/@. Quando comparado com o consolidado de 2022, o COE dessa categoria recuou 14,86%, resultado do menor custo com aquisição de animais, que saiu de R$ 156,93/@ vendida para R$ 125,16/@. Para se ter ideia, o bezerro de ano, que custava R$ 2.903,96/cab. no 2º tri/22, foi cotado a R$ 2.245,58/cab. no mesmo período de 2023, o que significa retração de 22,67% nos preços da categoria.
Ainda segundo o relatório, essa redução no preço do bezerro foi influenciada principalmente pela grande oferta desses animais no mercado reflexo do período em que esta o Ciclo Pecuário atualmente e, em conjunto com a intensa desvalorização nos preços do boi gordo, uma vez que a cotação dos bezerros tende a acompanhar a cotação deste. Com a atual fase de baixa no ciclo pecuário, o preço do bezerro tende a permanecer lateralizado, favorecendo os invernistas na compra de reposição.
Por falar em invernistas, segundo as estimativas recentemente divulgadas pelo Censo de Confinamento da DSM-firmenich, o país deve manter o volume de animais terminados nesse sistema. O levantamento apontou uma expectativa de cerca de 7 milhões de bovinos confinados em 2023, assim como o balanço de 2022. A baixa dos preços da reposição e insumos, tendem a trazer uma melhor margem para os pecuaristas, mesmo com menor valor pago pelo boi gordo.
Os dados para o estado do Mato Grosso, mostram que o preço do boi gordo à vista caiu 0,78% no comparativo semanal, com média de R$ 212,25/@ por causa do alongamento nas escalas de abate em Mato Grosso, assim como em todo o Brasil. As indústrias estão mais cautelosas nas negociações, afim de evitar a formação de estoques diante do consumo enfraquecido.
No estado, a escala de abate aumentou 0,83% no comparativo semanal, e fechou com a média de 9,77 dias, em razão dos estoques bem preenchidos ante a demanda enfraquecida do varejo. No país, segundo dados da Agrifatto, a média chega a 11 dias úteis, o que dificulta qualquer reação positiva na valorização da arroba.
Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário é resultado de maiores investimentos em tecnologias por parte de pecuaristas, do aumento de produtividade e, sobretudo, da redução no abate de matrizes em anos anteriores.
“Com a atual fase de baixa no ciclo pecuário, o preço do bezerro tende a permanecer lateralizado, favorecendo os invernistas na compra de reposição”, acreditam os analistas do Imea.
Preço em desvalorização a nível nacional
Conforme mostram os dados do INDICADOR DO BEZERRO ESALQ/BM&FBOVESPA MATO GROSSO DO SUL, o animal segue em desvalorização nos últimos 12 meses, conforme mostra o gráfico abaixo. Os valores estão atualmente cotados a R$ 2.164,66 por cabeça. o valor representa uma queda de R$ 124,38/cabeça desde o último pico nas cotações.
Já na praça paulista, ainda segundo o Cepea, os preços estão ainda mais baixos para os bezerros. Atualmente, o bezerro paulista chegou a R$ 2.027,83 por cabeça. As ofertas estão mais atrativas para os pecuaristas que buscam uma oportunidade para realizar a compra da reposição.
Conforme observado anteriormente, os preços do bezerro estão em queda por todo o país, reflexo do atual momento do Ciclo Pecuário. O grande estoque de fêmeas nos últimos anos elevou o número de animais de reposição disponíveis no mercado e, consequentemente, tivemos uma desvalorização da categoria diante da maior oferta.
Esse cenário é comprovado com o grande volume de fêmeas enviadas para o abate ao longo de 2023, caracterizado pela menor atratividade do setor da cria. Além disso, a desvalorização do boi gordo puxa a cotação do bezerro para baixo, devido a correlação entre as categorias.
Fonte: Compre Rural