Depois de anos de estudo e testes, a startup Decoy prevê para os próximos meses a aprovação de seu produto comercial: o primeiro defensivo biológico para controlar o carrapato-do-boi (Rhipicephalus microplus) do mundo. Com o insumo em campo, a expectativa é que a companhia fature R$ 6 milhões em 2023 e até R$ 19 milhões em 2025.
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Um dossiê com os processos técnicos, as certificações, análises clínicas e de eficácia foi entregue ao Ministério da Agricultura em novembro e a Pasta tem até seis meses para aprovação do insumo.
“O desenvolvimento de produtos biológicos tem crescimento vertiginoso em todo o mundo, mas nada foi criado ainda para a pecuária e o mercado é muito promissor. Além disso, testamos o produto com 1,4 mil pecuárias de todo país e tivemos ótimos resultados”, afirmou ao Valor Lucas Von Zuben, um dos sócios criadores da Decoy, junto com Túlio Nunes.
A tecnologia da startup é baseada em esporos de um fungo que é inimigo natural da praga. O produtor dilui na água e pulveriza sobre os animais e a pastagem. Quando o fungo encontra o carrapato, ele se desenvolve e o mata. O produto deve ser usado durante dois meses, com aplicações mensais na pastagem e a cada 15 dias nos animais.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o carrapato-do-boi causa prejuízo anual de US$ 3 bilhões. Além de enfraquecer os animais e causar lesões na pele, essas pragas também estão associadas ao desenvolvimento de doenças.
Com R$ 9 milhões recebidos em uma rodada de investimento no ano passado, liderada pela SP Ventures e a Farmabase, a startup ampliou a capacidade de produção da planta localizada em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, hoje em 600 mil doses ao mês. A empresa também espera criar biotecnologias para eliminar pragas da avicultura e de animais de estimação.
Finalizada esta etapa e para expansão comercial, Zuben explica que a Decoy deve buscar nova rodada de investidores no segundo semestre de 2023. A intenção é trabalhar com revendas e, posteriormente, exportar o bioinsumo para países de fronteira. “Os pecuaristas do Rio Grande do Sul se misturam aos do Uruguai e a região tem muitos carrapatos. Com a aprovação da comercialização aqui, conseguiremos adiantar os trâmites nos países da América do Sul”, contaram os executivos. Em um futuro mais distante, a intenção é exportar o biodefensivo para outras regiões.
Zuben é doutor, enquanto Nunes é pós-doutor na área de biologia. Eles criaram a empresa em 2014, com foco no campo acadêmico. Três anos depois, transformaram o conhecimento em negócio. As possibilidades de aplicação de biológicos eram muitas, e a opção pelos carrapatos derivou do impacto econômico dessas pragas.
Fonte: Valor Econômico