O mercado segue com uma maior oferta de animais para o mercado da reposição, em especial os bezerros; Confira como estão os preços e qual o cenário no curto prazo!
Falar sobre o ciclo pecuário é algo importante, já que ele tarda mas não falha e, com certeza, continua a surpreender alguns pecuaristas pelo país. Diante dessa mudança no ciclo, atual cenário, nesta primeira semana de maio, o mercado brasileiro de gado para reposição registrou baixa liquidez, o que resultou em desvalorização nos preços em algumas regiões pecuárias. Sobrando bezerro na praça? Preços tem nova queda, veja!
Segundo o levantamento realizado pela nossa equipe, nas principais praças pecuárias pelo país, foi observado um maior avanço na oferta de animais disponíveis para venda, sobretudo bezerrada, está muito elevada. Esse cenário acaba criando uma morosidade entre compradores e vendedores.
“Além disso, o período de vacinação contra aftosa gerou uma maior desova de lotes”, relata a IHS Markit, ao justificar o movimento de baixa nas cotações dos animais de reposição.
Paralelamente, continua a consultoria, a procura por categorias mais jovens apresenta inconsistência, prejudicada pelas incertezas geradas pelos embargos chineses a unidades frigoríficas brasileiras, além dos elevados custos de engorda nos confinamentos ou boiteis.
Segundo o Indicador do Cepea, os bezerros do sul mato grossense estão sendo negociados a média de R$ 2.695,69, segundo fechamento do dia 06 de maio. Esse movimento representa uma queda acumulada de 0,42% na comparação mensal. Além disso, observa-se uma redução nos pesos dos animais.
Já o pecuarista de Mato Grosso, estado com maior rebanho do país, tem no mercado o preço de R$ 13,26/kg, segundo negócio informado no app da Agrobrazil. Sendo assim, o pecuarista de Santo Afonso, negociou o bezerro por R$ 3050,00 por cabeça e com peso médio de 230 kg. Veja a negociação abaixo!
Giro da reposição pelo país
Entre as praças do Norte do Brasil, os preços dos animais reposição recuaram diante da maior oferta. “A região está em período de vacinação contra aftosa e isso trouxe ainda mais pressão negativa”, dizem os analistas da IHS.
Nos estados do Tocantins e do Pará, com as expectativas se voltam para possibilidade de queda da alíquota de ICMS. A medida, segundo inforações, ainda passa por algumas alterações e, neste momento, caso aprovado pode estimular a negociação de boiada magra para outros Estados.
Entre as praças do Centro-Oeste, o mercado seguiu calmo nesta semana, com tímidas oscilações nas cotações. No Mato Grosso do Sul, agentes de leilões relataram não haver espaço para altas nos preços dos animais jovens, já que os atuais patamares é que possibilitam boa liquidez de negócios, relata a IHS.
Na região Sudeste, o ambiente é de preços mais sustentados no mercado de reposição. No interior paulista, os leiloeiros afirmaram observar boa liquidez de negócios e preços firmes.
Na região Sul do País, destaque para as praças do Rio Grande do Sul, onde os valores dos terneiros reagiram em função da venda de animais vivos para o exterior. Na última semana de abril, estima-se que pouco mais de 5 mil bovinos jovens tenham sido embarcados para o Egito”, informa a IHS.
Scot Consultoria
Segundo os seus dados, no balanço semanal, considerando a média de todas as categorias de machos e fêmeas anelorados e Estados pesquisados, as cotações no mercado da reposição caíram 0,7% nesta primeira semana de maio frente aos preços da semana anterior.
Nesta semana, as quedas foram puxadas pelas fêmeas, com recuo de 0,9% na média de todas as categorias e Estados, frente à baixa de 0,5% dos machos, compara a analista da Scot. Destaque para as fêmeas mais jovens: no comparativo semanal, na média de todos os Estados, a bezerra de ano recuou 1,3%, enquanto a bezerra de desmama registrou baixa de 0,9%.
Nas praças do Mato Grosso e do Paraná, por exemplo, houve queda de R$ 100/cabeça para a bezerra de ano no comparativo semanal, com compradores ofertando preços ainda menores da atual referência (mas com poucos negócios concretizados).
Fechamento de abril traz queda na relação de troca e deixa pecuaristas atentos aos custos
A queda no mercado do boi gordo em ritmo maior que o mercado de reposição ao longo de abril resultou na piora do poder de compra do recriador/invernista, com base no comparativo mensal.
Ainda, conforme as pastagens perdem a sua capacidade de suporte, por conta do menor volume de chuvas, a ponta vendedora tende a diminuir a resistência aos negócios, afrouxando os preços na reposição e favorecendo a troca para o pecuarista.
Fonte: Compre Rural