Relação de troca entre leite e milho é a melhor em 5 anos

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O preço do leite pago ao produtor no Brasil subiu por seis meses seguidos, de março a agosto, e o do milho caiu

O preço do leite pago ao produtor no Brasil subiu por seis meses seguidos, de março a agosto, e o do milho, o principal insumo da pecuária leiteira, caiu no mesmo intervalo.

Assim, conforme boletim da Scot Consultoria, esta é a melhor hora para o pecuarista adquirir o insumo, dada a relação de troca favorável.

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Atualmente, conforme a consultoria, são necessários 28,44 litros de leite para se comprar uma saca de 60 quilos de milho.

“Há um ano, eram necessários 52,07 litros de leite para a compra de uma saca de milho”, cita a Scot, em seu boletim. “Esta é a melhor relação de troca do último ano; aliás, a melhor desde setembro de 2017, quando eram necessários 26,09 litros para adquirir uma saca de milho”, assinala.

A Scot informa que, considerando-se a média nacional dos 18 estados monitorados pela consultoria, o preço do litro pago ao produtor subiu 18,2% pelo leite entregue em julho e pago em agosto. No ano, o avanço é de 50,7%.

“Além da melhora na remuneração no campo, os custos com a alimentação concentrada energética caíram 0,8% e 10%, no mês e no ano, respectivamente, de acordo com o Índice de Custo de Produção da Scot Consultoria”, cita a empresa.

Em relação ao milho, por exemplo, a queda de preços neste ano já acumula 17,7%.

Em agosto, a média de preços da saca atingiu R$ 84,52, sendo que, em agosto de 2021, a média era bem superior, de R$ 102,70.

O preço ponderado do leite pago ao produtor em agosto/22 foi de R$ 2,97. Em agosto/21, pagava-se R$ 1,97. A Scot acrescenta, ainda, que os custos com alimentação concentrada representam pouco mais de 20% do indicador.

A relação favorável de troca deve persistir, já que, no curto prazo, a Scot projeta que os preços do milho deverão “estar frouxos, com o fim da colheita da segunda safra e, a partir de outubro/novembro, com a colheita da safra norte-americana, aumentando a oferta do grão”.

Já para o médio prazo, com os estoques brasileiros de milho em níveis baixos, a menor produção esperada dos Estados Unidos na safra 2022/23 e o aumento da demanda pelo grão no mercado internacional, o preço do milho deve retomar a firmeza a partir de dezembro/22, “e de olho no clima no mercado brasileiro durante a semeadura e desenvolvimento da primeira safra”.

O ponto que deve pesar na relação de troca leite/milho é a expectativa de queda de preço do litro no pagamento de setembro, referente à matéria-prima captada em agosto. “A expectativa é de queda de preços, acompanhando os preços no mercado spot”, diz a Scot. “No último trimestre desse ano, também poderemos ver quedas, uma vez que a produção deverá aumentar, com o fim do período seco e retorno da capacidade de suporte das pastagens.”

Fonte: Estadão Conteúdo

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