Regra trava importação e deve encarecer alimentos

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FICHA DE CONSUMO DE SUPLEMENTO MINERAL GRÁTIS

Uma mudança nas regras de inspeção das importações de alimentos de origem animal tem atrasado a entrada no Brasil de itens como pescados, leite em pó, insumos agrícolas e rações. Os atrasos, que em alguns casos chegam a um mês, já criam problemas de abastecimento e podem encarecer produtos como salmão e merluza, vindos da Argentina e do Chile.

Há relatos sobre carretas paradas há 30 dias nos portos secos de São Borja e Uruguaiana (RS). Os veículos precisam aguardar a liberação do Vigiagro, órgão ligado ao Ministério da Agricultura. Empresários creditam os atrasos à crônica falta de fiscais agropecuários e às dificuldades desses servidores de se adaptarem a novas normas válidas desde agosto. 

Até então, a fiscalização ocorria apenas nas fábricas, frigoríficos ou estabelecimentos registrados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). Desde 18 de agosto, porém, a análise dos documentos precisa passar também por uma central, e as cargas só podem ingressar no país após reinspeção na zona primária (aduana, portos, portos secos ou aeroportos). As mudanças estavam previstas desde 2017. 

O Ministério da Agricultura disse que as mudanças foram adotadas para reduzir custos com servidores e agilizar a entrada dos importados. Mas admitiu um “acúmulo de processos que gerou atrasos de até seis dias” e informou ao Valor que deflagrou um plano de contingência que prioriza a liberação das cargas de animais vivos e pescados frescos. 

O problema ocorre num momento em que os preços dos alimentos já estão muito pressionados. Carnes, da bovina à suína e de frango, e até o ovo acumulam altas de dois dígitos. O aumento acumulado no preço de carnes, pelo IPCA, chega a 69,9% entre janeiro de 2019 e agosto de 2021. Os preços de aves e ovos subiram 14,5% em 2020 e devem ultrapassar os 20% em 2021, segundo projeções de analistas. E o cenário não deve melhorar muito a curto prazo. Para o próximo ano, a expectativa é de um recuo baixo nos preços.

Fonte: Valor Econômico

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