O produtor agrícola que cultiva milho na esteira da colheita de soja, o que ocorrerá no começo do ano que vem, poderá ser beneficiado nestes próximos meses pela tendência de queda de preços de alguns insumos importantes para essa cultura, como a ureia, segundo boletim divulgado nesta segunda-feira pelo Rabobank.
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A ureia é um fertilizante nitrogenado importante para o cereal, e houve reversão da tendência de alta que era observada há um mês, diz o analista de insumos do Rabobank, Bruno Fonseca. Segundo ele, a queda de preços do gás natural na Europa deve aumentar a produção de nitrogenados. O gás natural é matéria-prima para a produção do adubo.
“A gente vem observando queda nos custos do gás natural e uma possível retomada na produção dos adubos nitrogenados na Europa, o que tem deixado o mercado um pouco menos volátil em relação a novas demandas”, afirma Fonseca, em boletim distribuído hoje.
O fator, aliado à queda de demanda por adubos no país, pressiona a ureia. A tonelada do nutriente sai por cerca de US$ 625 no porto no Brasil, segundo o banco. O produto chegou a valer US$ 995 em abril, após o início da guerra na Ucrânia. Países do Leste Europeu são importantes origens desses produtos, lembrando que o Brasil importa cerca de 85% dos adubos que consome.
Potássio e fosfato
A tendência também é de baixa para o potássio e os fosfatados. O potássio caiu pela metade desde o pico de preços alcançado em abril e custa cerca de US$ 650 a tonelada. Os fosfatados estão cotados a US$ 625 a tonelada. O MAP, um dos mais usados, alcançou US$ 1,3 mil também em abril, indica a StoneX.
Os fertilizantes estão em alta de preços desde 2021 por desequilíbrio entre oferta e demanda global, com influência de fatores geopolíticos que envolvem as regiões fornecedoras. Entre elas, China, Rússia e Belarus.
Fonte: Valor Econômico