Produtores avaliam vazio sanitário para cigarrinha

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FICHA DE CONSUMO DE SUPLEMENTO MINERAL GRÁTIS

Os danos das doenças podem afetar em 90% a produtividade da lavoura

As doenças do complexo de enfezamentos e vírus da risca, transmitidos pela cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) preocupam produtores brasileiros. O inseto sempre esteve presente nas lavouras de milho mas apareceu com mais força no Centro-Oeste na safra 2016 e há cerca de duas safras causa impactos no Sul do país.

O inseto só se reproduz em plantas de milho e colabora para isso o fato de o Brasil ter três safras do grão, fora as plantas voluntárias que surgem na entressafra. “Assim ele tem alimento praticamente todo o ano”, explica o professor de Agronomia da PUC Paraná, João Edson Kaefer.

O grande problema para o produtor está na identificação da praga na lavoura. Nem toda cigarrinha está infectada mas não há como saber. Por ser pequena ela se esconde nas folhas de milho e infecta já no começo do ciclo mas os efeitos serão notados somente em ciclos posteriores quando a cigarrinha até já foi embora do local. 

Segundo o entomologista da Epagri, Leandro Ribeiro, o inseto tem alta mobilidade podendo migrar entre as regiões produtoras. Ela pode viajar até 30 km e atingir vôos de 3 horas. “Uma cigarrinha consegue colocar de 400 a 600 ovos e completa o ciclo em 27 dias. Ela pode transmitir doenças durante toda sua vida então isso agrava bastante o cenário”, destaca. Os danos podem afetar em 90% a produtividade.

Assim como na soja contra a Ferrugem Asiática e no algodão contra o bicudo, já está em estudo um vazio sanitário do milho com vistas a diminuir a população de cigarrinhas. Produtores da Bahia enviaram ao Ministério da Agricultura um pedido para a regulamentação nacional de um calendário de vazio sanitário para o milho. No Estado algumas áreas de milho irrigado no Oeste deixaram de ser plantadas em função dos impactos da praga. 

O pesquisador e fitopatologista Lucas Fantin, da Fundação Chapadão, em Mato Grosso do Sul, também apoia o vazio sanitário para o milho. “O manejo de enfezamentos está relacionado muito à ponte verde: uma área de milho verão, plantas tigueras e o milho safrinha promovem a perpetuação dos enfezamentos”, lembra.

Para o professor Kaefer essa pode ser uma medida interessante mas carece de avaliações técnicas. “Chegando em uma situação em que haja pressão forte da cigarrinha o governo pode determinar um período onde não haja plantas voluntárias de milho nas lavouras. Mantendo a situação atual de infestação acho que seria uma medida interessante”.

Fonte: Agrolink

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