Previsão aponta para formação de geada negra, capaz de congelar seiva das plantas

Facebook
Twitter
LinkedIn
Print
Email
WhatsApp

FICHA DE CONSUMO DE SUPLEMENTO MINERAL GRÁTIS

Massa de ar de origem polar ganha força a partir desta quarta-feira, 28 e o pico do frio deve acontecer na próxima sexta-feira, 30

Nesta quarta-feira, 28, o tempo volta a ficar firme no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e na metade sul do Paraná com risco de geada. Contudo, a previsão do tempo aponta para um novo problema: geada negra.

“O grande problema é que por condições típicas desta massa de ar de origem polar podemos ter a terrível geada negra, aquela que congela a planta de dentro por fora e os danos são maiores e irreversíveis”, explica a editora-chefe do tempo, Pryscilla Paiva.

Diferente da geada branca, que ocorre quando o intenso resfriamento noturno provoca o congelamento sobre as plantas, a geada negra é a combinação de ar frio, vento moderado e umidade baixa. “Quando umidade do ar está baixa e a perda radiativa é intensa, causa um forte resfriamento a ponto de chegar a uma temperatura letal, chegando a congelar a seiva da planta”, explica Desirée Brandt da Somar Meteorologia.

Segundo ela, o fenômeno é, muitas vezes, invisível, pois não há deposição de gelo nas plantas, pela falta de umidade.  Já a geada branca acontece mais frequentemente quando a atmosfera está úmida e provoca a condensação do vapor d’água que acaba se transformando em gelo na superfície da planta. Esta condição ajuda a amenizar a queda brusca de temperatura.

“A geada branca se torna menos severa que a geada negra por conta disso”, diz Brandt. A chance da geada negra é maior na faixa que vai do norte do Rio Grande do Sul ao sul do Paraná e as culturas que podem ser mais prejudicadas serão as hortaliças, café, trigo e fumo.

A razão de tanto frio

A neutralidade do Oceano Pacífico, a tendência da formação, até o final do ano, de um novo episódio de La Niña, pelo segundo ano consecutivo, além da ODP (Oscilação Decadal do Pacífico estar bem negativa) são consideradas algumas razões para o frio intenso e duradouro agora em julho.

A Oscilação Decadal do Pacífico (ODP) é a correlação existente entre anomalias na temperatura da superfície do Mar (TSM) do Pacífico e a pressão em superfície na região da baixa dos Aleutas, que fica localizada na península do Alasca, nas águas do oceano Pacífico norte. Durante a fase quente da ODP, a área de baixa pressão dos Aleutas se aprofunda, deixando o oeste e o centro do Pacífico norte anomalamente frios, enquanto há aquecimento no leste e costa do Pacífico norte, tropical central e leste. “Na fase fria ocorre um padrão aproximadamente inverso, ao invés de frio, fica muito quente nesta região da faixa norte do Pacífico, o que justifica o atual calor e tempo seco na faixa noroeste dos Estados Unidos e oeste do Canadá, e mais frio no oceano Pacífico Sul”, explica a meteorologista especialista em fenômenos de grande escala, Fabiene Casamento, da Somar Meteorologia.

Segundo ela, a ODP dura entre 20 e 30 anos durante uma fase e desde 1999 estamos na fase negativa da Oscilação Decadal do Pacífico (ODP). Quando estamos nessa fase negativa temos mais frequência da formação do fenômeno da La Niña, que traz maiores incursões de massas de ar de origem polar pelo continente.

Neve e chuva

Também podemos ter neve e chuva congelada nas próximas 24 horas na campanha gaúcha e em pontos do sul do Rio Grande do Sul, principalmente na manhã e tarde desta quarta,28. Durante a tarde e à noite, já pode ocorrer neve no norte e nordeste do Rio Grande do Sul, especialmente nas serras gaúcha e catarinense e planalto de Santa Catarina. Mais à noite do dia 28, pode nevar inclusive no sul do Paraná. Na madrugada de quinta-feira, 29, há risco ainda de neve nas serras gaúchas e catarinense.

No decorrer da quinta-feira,  o frio ainda é destaque na região Sul, com chance para geada nos três estados. O ar polar avança para o Sudeste e centro-oeste onde também estão previstas baixas temperaturas e geadas. O sol aparece entre poucas nuvens ao longo do dia e pela manhã e ajuda a aliviar a sensação de frio na parte da tarde.

Na sexta-feira, 30,  teremos o pico do frio no centro-sul do Brasil,  o tempo segue firme e frio em todos os estados do Sul. Pela manhã, chance para geada ampla e na parte da tarde as temperaturas sobem um pouco. A partir de domingo o risco de geada diminui.

“É importante ressaltar que podemos ter sim quebras de recordes anuais de temperatura e até mesmo das últimas décadas. Esta é a onda de frio mais duradoura deste ano. Há previsão de temperaturas que podem ser inferiores a -8°C, com sensação térmica que pode chegar a -20ºC, na serra catarinense por conta da umidade e dos ventos. Lembrando sempre que sensação térmica não quer dizer temperatura absoluta”, explica Brandt.

Fonte: Canal Rural

Facebook
Twitter
LinkedIn
Print
Email
WhatsApp

Autor

Artigos Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *