No entanto, setor demonstra preocupação para possíveis reflexos das guerras e das mudanças climáticas. No Brasil, 2023 foi um ano de alta na demanda, principalmente pelo crescimento da safra de grãos.
A demanda por estruturas flexíveis para armazenar fertilizantes vem crescendo ano após ano. Se em 2022 o cenário era de formação de estoques de segurança maior, por preocupação com os possíveis reflexos da Guerra da Rússia na Ucrânia, em 2023 o aquecimento do mercado foi impulsionado pelo próprio aumento das safras agrícolas, que batem recordes ano após ano no Brasil. Uma das formas mais rápidas e menos custosas de lidar com as necessidades variáveis do setor, é investir em infraestrutura flexível.
No entanto, a guerra na Europa acabou gerando menos impacto do que se esperava, o que contribuiu para que os patamares de preços dos fertilizantes diminuíssem drasticamente em 2023, e as estimativas apontam manutenção ou mesmo alguma queda para 2024.
Uma questão que tem sido levantada, porém, é o possível impacto da guerra em Israel, já que o país é um importante player do segmento. O Brasil importou cerca de US$ 1,4 bilhão em fertilizantes, defensivos e sementes de Israel em 2022, o que corresponde a 9% de todo cloreto de potássio adquirido no ano e 11% do fosfato diamônico (DAP).
Segundo Sergio Gallucci Parisi, diretor comercial e de Marketing de uma empresa do segmento, até o momento não houve impactos nas importações vindas de Israel por conta da guerra, mas os efeitos do conflito podem ser até mais amplos que a movimentação do produto em si. “O Oriente Médio tem um papel chave no preço do petróleo, e um conflito na região pode impactar a oferta desta commodity, pressionando a cadeia logística e os preços de transporte marítimo, por exemplo, que compõe os custos do produto final colocado no destino”, comenta.
No entanto, de acordo com Parisi, as guerras em curso, apesar de relevantes na formação de preços, são um dos inúmeros fatores que regulam o valor das commodities. Outros, como a demanda e safras em outras regiões, também devem ser levados em consideração. “O setor agrícola ainda deve seguir crescendo no Brasil, mas os fatores climáticos marcadamente os efeitos do El Niño não podem ser desconsiderados no impacto da produção e consumo de insumos”, finaliza.
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Fonte: Assessoria Tópico