“Nos últimos meses, dois fatores surgiram como os principais impulsionadores dos preços do milho”
O preço do milho brasileiro depende exclusivamente, de acordo com a TF Agroeconômica, da demanda externa, se enxugará ou não os altos estoques disponíveis, lançamos nosso olhar sobre o que acontece no mundo, para tentar detectar esta possibilidade. “Nos últimos meses, dois fatores surgiram como os principais impulsionadores dos preços do milho. Uma é a guerra na Ucrânia e o outro é o clima”, comenta.
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“A Ucrânia era um grande exportador de milho antes da guerra, o quarto maior exportador do mundo. Cerca de 90% das exportações ucranianas aconteceram através de portos marítimos profundos. Desde a invasão da Rússia em fevereiro deste ano, os portos foram bloqueados e não acessíveis para fins de exportação, efetivamente cortando o milho ucraniano do mercado mundial”, completa.
Agora, os ucranianos são inventivos e criativos e encontraram outras rotas para exportar seu milho via ferrovia para os vizinhos da UE e de portos de águas rasas perto do Danúbio. “Mas são rotas muito caras. Eles não são particularmente bem desenvolvidos. A infraestrutura carece de investimento, por isso não é uma opção viável a longo prazo. Isso colocou uma enorme pressão de Alta nos preços do milho nos mercados globais”, indica.
“E então, em julho, veio o acordo de grãos negociado pela ONU, que permitiu à Ucrânia reabrir três dos portos negros do Mar Negro: Pivdennyi, Odesa e Chornomorsk para trazer o milho de volta aos mercados globais. De fato, o milho tem sido o produto que mais se beneficiou do acordo do corredor de grãos. E isso liberou parte da pressão sobre os preços”, conclui.
Fonte: Agrolink