Leve alta nas cotações mostra ajuste técnico do mercado, após desvalorização contínua da arroba
O preço da arroba do boi gordo reagiu e ensaia uma leve alta em algumas regiões do país, depois de dias de pressão dos frigoríficos no mercado físico, o que levou a depreciação do produto. No Estado de Tocantins, as dificuldades no escoamento do gado impulsionaram a valorização do boi gordo, que subiu 1,1% na comparação diária, cotada ontem a R$ 207,90 a arroba, informou hoje o boletim da consultoria Agrifatto.
Na bolsa de valores B3, a quinta-feira (21/3) também foi de alta e os contratos que vence, esye mês fecharam em R$ 229,35 a arroba, 0,64% em relação à quarta-feira (20/3).
A leve subida nos preços mostra um ajuste técnico do mercado, após desvalorização contínua do boi gordo. Outro fator que gera atenção dos pecuaristas e dos frigoríficos é que a segunda quinzena de março, historicamente, mostra uma queda no mercado doméstico de carne bovina devido a proximidade da Semana Santa.
“O período surpreendeu negativamente, com as vendas no varejo e distribuições no atacado estagnadas e não há demanda volumosa para nenhum produto, o dianteiro do boi castrado está em 13,50/kg e registrou ajuste negativo de R$ 0,50/kg”, destacou o balanço da Agrifatto.
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Esse mercado ainda opera com poucos negócios de animais para abate nesta segunda quinzena de março. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), muitos frigoríficos indicam ter “escalas alongadas, e, por isso, compradores estão afastados do mercado nacional, efetuando aquisições de novos lotes de animais apenas quando há necessidade”.
O quadro enfraqueceu as cotações internas durante os primeiros 20 dias de março. No mercado externo as exportações brasileiras de carne bovina in natura registraram “ritmo mais lento” na terceira semana de março, avaliam pesquisadores do Cepea.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) evidenciam que os embarques diários se limitaram a 7,7 mil toneladas até o dia 15 deste mês, totalizando apenas 84,67 mil toneladas embarcadas na parcial de março. Em fevereiro, a média diária foi de 9,43 mil toneladas.
No mesmo período do ano passado, com a suspensão dos envios de carne bovina à China, o envio médio diário foi de apenas 5,408 mil toneladas, somando 124,39 mil toneladas naquele mês.
Fonte: Globo Rural