Avanço do VBP também deve ser menor no ano que vem, mas, ainda assim, novos resultados positivos serão colhidos
Após registrar avanços em ritmo poucas vezes visto em 2020, o valor bruto da produção (VBP) agropecuária e o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio no país deverão crescer menos no ano que vem, mas ainda assim manterão a sólida tendência ascendente observada nas últimas décadas.
O cenário foi confirmado em entrevista coletiva promovida na manhã desta terça-feira pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e leva em consideração a recuperação das economias do país e do mundo com a gradativa volta da normalidade social passado o período mais grave da pandemia.
Conforme a entidade, o PIB do agronegócio brasileiro deverá crescer 9% neste ano e3% em 2021, e o VBP da agropecuária terá avanços de 17,4% e 4,2%, respectivamente. Em 2020, mesmo com os efeitos negativos da pandemia em alguns segmentos, o setor também se destacou na geração de empregos, com 102,9 mil novos postos de trabalho.
Com a ajuda de novas colheitas recorde de soja e milho no Brasil, onde os investimentos dos produtores estão em alta em parte por causa dos preços elevados desses mesmos grãos, mas sem desprezar a ameaça de problemas climáticos provocados pelo La Niña, a CNA prevê que a produção global de alimentos vai aumentar em 2021. Mas com a retomada da demanda em áreas como o food service, estima uma relação equilibrada entre oferta e demanda.
A entidade reiterou que a continuidade da expansão do setor de agronegócios no Brasil passa, em parte, pela preservação dos instrumentos de financiamento da atividade produtiva e de políticas públicas que garantam isenção tributária para itens da cesta básica.
A CNA também espera que a inflação dos alimentos não se torne um problema no país em 2021, sobretudo depois de movimentos impopulares que marcaram 2020, como a forte alta do arroz. Segundo a entidade, aumentos como o do cereal, da soja e do milho foram influenciados por elevações do custo de produção e pelo câmbio.
No mercado internacional, a CNA destacou que a China continuará a ser fundamental para as exportações do país. E não só para soja em grão e carnes, mas também para novos produtos como o melão brasileiro, para o qual o país asiático deverá abrir mais seu mercado.
Fonte: Valor Econômico