Cenário também impacta em alta dos animais para reposição

As indústrias de abate de gado em Mato Grosso diminuíram a ociosidade de utilização em março. A média ficou em 65,08%, decréscimo de -9,35 p.p. ante a fev.21. Mesmo com o mês apresentando uma maior quantidade de dias trabalhados, o abate total de animais diminuiu 1,30% e totalizou 342,55 mil cabeças no Estado.

Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) o cenário foi influenciado pela oferta restrita de animais e dificultou até mesmo a composição das escalas de abate nas indústrias, já que no comparativo mensal houve uma redução de 0,21 dia. As regiões que mais colaboraram para esse cenário foram a médio-norte e a centro-sul, que registraram decréscimos de 24,99 p.p. e 17,00 p.p., respectivamente, na utilização dos frigoríficos. Somado a isso, cerca de 83% das indústrias estiveram em funcionamento no Estado e resultaram em 48,92% da utilização em operação, indicador -5,24 p.p. menor que o registrado no mês anterior.

Na expectativa abril deve ter oferta maior por conta da proximidade da seca. A falta de animais também repercute na alta do mercado de reposição. De acordo com o Imea com a procura mais intensa por fêmeas jovens no intuito de gerar novas matrizes na propriedade, como também para destinar ao abate, a fim de atender à demanda dos países como a China e o Chile, os preços da bezerra de desmama, bezerra de ano e a vaca parida aumentaram 107,99%, 98,82% e 84,22%, respectivamente.

Já para os machos, com a finalidade de destiná-los ao confinamento, a procura tem sido mais intensa pelo garrote e boi magro. Com isso, o preço desses animais aumentou 72,32% e 71,17%, respectivamente, nesse mesmo comparativo. “Essa conjuntura, além de ser puxada pela crescente demanda interna, também foi influenciada pela baixa oferta de animais, que foi ocasionada pelo elevado abate das fêmeas que ocorreu nos últimos anos”, diz o relatório semanal.

Fonte: Agrolink