Novembro marca fase mais aguda do El Niño

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Pico de intensidade pode durar até janeiro de 2024 e manter as temperaturas elevadas até lá

Apesar de os produtores rurais brasileiros já enfrentarem os efeitos do El Niño e de outros eventos climáticos há algum tempo, o mês de novembro marca o início da fase mais aguda do fenômeno, que provoca chuvas acima da média no Sul do Brasil e menos precipitações em regiões produtoras, como Centro-Oeste e Matopiba. O pico de intensidade pode durar até janeiro de 2024 e manter as temperaturas elevadas até lá, alertou a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Após os recordes de calor que fizeram o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitir um alerta de “grande perigo” para 15 Estados e o Distrito Federal até sexta-feira (17/11), a probabilidade é que 2024 seja ainda mais quente que 2023.

Em entrevista à agência de notícias da Organização das Nações Unidas (ONU), publicada nesta segunda-feira (13/11), o especialista em clima da OMM, Álvaro Silva, reforçou que as previsões apontam 90% de probabilidade de que o El Niño só termine em abril do ano que vem.

Ele afirmou que o El Niño contribuirá para um aquecimento ainda maior do planeta no ano que vem, com possibilidade de novos recordes de temperatura global. “O impacto do El Ninõ na temperatura global, historicamente, é ainda mais acentuado no ano seguinte ao do seu desenvolvimento. Pelo que é de se esperar que em 2024 tenhamos um ano com uma temperatura global mais alta ainda que em 2023, pelo menos do que é possível antecipar se considerarmos outros eventos do passado”, disse Silva à ONU.

A intensidade do El Niño deverá mesmo ser forte. As chances são de 35% para a ocorrência de um fenômeno “muito forte”, como em 1997 e 2015-2016, segundo o especialista da OMM.

O climatologista disse que desastres e eventos extremos, como chuvas fortes, inundações, secas e calor extremo, podem ocorrer nos próximos meses. Segundo ele, as “precipitações acima do normal” deverão atingir a África Oriental, as bacias dos rios Paraná e La Plata, na América do Sul, o sudeste da América do Norte e partes da Ásia Central e Oriental.

Já as chuvas abaixo da média ocorrerão em grande parte do norte da América do Sul, “prolongando a seca já existe nesta região”.

Fonte: Globo Rural

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