Milho recua na B3 acompanhando o dólar nesta 3ª, mas bons negócios são reportados no porto de Paranaguá

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Acompanhando as perdas de mais de 1,45 do dólar frente ao real no Brasil, os futuros do milho na B3 voltam a recuar nesta terça-feira (3). Com as perdas de hoje, o mercado devolve boa parte dos bons ganhos sendo registrados na semana anterior. Perto de 13h10 (horário de Brasília), as cotações cediam mais de 0,9%, levando o maio a R$ 91,10 e o setembro a R$ 96,70 por saca. 

De acordo com  consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, “o mercado de milho segue na calmaria”, com os compradores ainda retraídos, bem como os vendedores. “E a tendência deverá ser de acomodação, com viés de leve baixa com a confirmação de chuvas em regiões produtoras do Brasil e clima melhor para o plantio nos EUA”, complementa. 

Brandalizze afirma, mais uma vez, que a safrinha brasileira de fato tem problemas, porém, sem serem generalizados ou tão graves como os do ano passado, além de contar ainda com uma área recorde de plantio nesta segunda safra. Ainda assim, apesar da tendência de acomodação, as cotações permanecem em patamares remuneradores, dando boas chances de comercialização ao produtor brasileiro. 

No porto de Rio Grande, os indicativos caminham na casa dos R$ 95,00 para agosto, a R$ 100,00 por saca no dezembro. “E teremos que trabalhar muito na exportação”, acredita o consultor. 

No mercado interno, são indicativos – balcão – na casa de R$ 85,00 oara o Rio Grande do Sul; de R$ 82,00 a R$ 84,00 no Paraná. No mercado de lotes, de R$ 87,00 a R$ 92,00, nas indústrias do sul e sudeste. Centro-Oeste tem poucos negócios dados os baixos volumes disponíveis a serem comercializados. 

“Os indicativos são de que estão saindo negócios novos, com essa fase de chuvas, de milho para embarcar entre setembro e outubro na faixa de R$ 97,00 por saca no porto de Paranaguá, milho de Mato Grosso, liquidando (no interior do estado) entre R$ 75,00 e R$ 77,00”, relata Brandalizze. 

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, depois de testar leves altas pela manhã, os futuros do cereal passaram a operar, novamente, em campo negativo e, perto de 13h20, tinha baixas de 8 a 10,50 pontos nos principais contratos. O maio tinha US$ 8,02 e o julho, US$ 7,95 por bushel. 

O plantio da safra 2022/23 nos Estados Unidos permanece em foco. De acordo com os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a semeadura do milho já foi concluída em 14% da área. O índice ficou abaixo da expectativa de 16% dos traders. Há uma semana, o número era de 7% e há um ano, de 42%. A média das últimas safras é de 33% para o período. 

O reporte indicou ainda 3% das lavouras do cereal já tendo emergido, contra 7% de 2021 e de 6% de média dos últimos cinco anos. 

Além do plantio da safra norte-americano, os traders também monitoram o andamento da safrinha brasileira, que será determinante na recomposição da oferta global do grão, depois das perdas expressivas da temporada anterior. 

No entanto, ao lado dos fundamentos está ainda o comportamento do financeiro, as expectativas sobre a taxa de juros nos EUA e o impacto dessa e demais variáveis – entre elas o comportamento do dólar – sobre as commodities de uma forma geral. 

Fonte: Noticias Agrícolas

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