Lácteos: maior oferta pressiona indústrias e preços recuam no Paraná

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O valor referência para janeiro ficou em R$ 1,6765, para o litro de leite padrão, queda de 9,95% em relação a dezembro

Após uma alta consolidada em dezembro, o preço dos produtos lácteos mais comercializados no Paraná sofreu uma queda significativa em janeiro. O movimento do mercado está relacionado aos altos volumes de estoques que as indústrias mantinham no final do ano passado, o que fez com que o varejo pressionasse por pagar menos pelo produto.

As informações foram apresentadas durante reunião virtual do Conselho Paritário Indústria/Produtores de Leite do Paraná (Conseleite-PR), realizada nesta semana. O colegiado aprovou o valor de referência projetado para janeiro de R$ 1,6765, para o litro de leite padrão o que corresponde a uma queda de 9,95% em relação ao projetado em dezembro.

“Começamos 2021 da mesma forma que terminamos o trimestre anterior: em um cenário de incertezas, com grande volatilidade de preços, com os reflexos da pandemia ainda pesando nos mercados”, disse o professor José Roberto Canziani, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), um dos responsáveis pelo levantamento de mercado. “Com um estoque maior do produto, a indústria teve que ceder ao varejo nos preços”, acrescenta.

A volatilidade dos preços começou em outubro do ano passado. Em dezembro, os produtos lácteos se recuperaram, valorizando-se, em média, 3,60%. Agora, no entanto, em razão da maior oferta, os principais itens do mix de comercialização do Paraná leite UHT, mussarela, queijo prato e leite spot tiveram queda considerável, provocando o recuo do valor de referência do leite que é usado como base nas negociações entre indústria e produtores. Apesar disso, o preço de todos esses produtos começa 2021 em um patamar bem mais elevado em relação a anos anteriores.

O UHT, por exemplo, recuou 12,46%, por causa dos estoques disponíveis na indústria. Principal item do mix de comercialização, o muçarela viu seu preço cair 10,87%. O queijo prato, por sua vez, teve desvalorização de 6,01%, enquanto o leite spot sofreu queda de 14,03%. Conforme o levantamento, o comportamento de mercado foi generalizado em praticamente todas as empresas consultadas.

Entre outros produtos com volume bem menor de comercialização, o resultado foi diverso. O provolone e do iogurte, por exemplo, tiveram altas de 3,73% e 1,16%, respectivamente. O creme de leite, por sua vez, teve alta de 3,30%, chegando ao seu maior valor histórico. Em contrapartida, outros produtos, como o leite em pó e o requeijão sofreram quedas, de 13,01% e 2%.

Segundo o presidente do Conseleite-PR, Ronei Volpi, o momento é de serenidade, diante do cenário de incertezas. “No primeiro semestre, ainda devemos ter muitas complicações em função da pandemia e de mudanças internacionais com a eleição americana – e em questões políticas, com a votação de reformas. Todo o setor acompanha com expectativa o desenrolar dos acontecimentos”, disse Volpi.

Fonte: Canal Rural

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