Outro fator que pode estar favorecendo a La Niña é o fenômeno de escala interdecadal, chamado Oscilação Interdecadal do Pacífico (ODP)
Em sua última atualização, no dia 9 de dezembro, a NOAA-CPC (National Oceanic and Atmospheric Administration, Climate Prediction Center) divulgou que a La Niña tem 95% de chance de continuar durante o verão (dez-jan-fev) e de 60% de ir até o outono de 2022.
De acordo com os dados divulgados pelo Irga, o sistema acoplado oceano-atmosfera, consistente com a La Niña, continua persistindo. Outro fator que pode estar favorecendo a La Niña é o fenômeno de escala interdecadal, chamado Oscilação Interdecadal do Pacífico (ODP). Ele também possui duas fases e, no momento, está em sua fase negativa. Com o ENOS e a ODP em fases negativas, as forças se somam e os efeitos da La Niña podem ser potencializados e/ou favorecidos.
A Temperatura da Superfície do Mar na região Niño 3.4 esteve em -0,8°C no trimestre set-out-nov e em -0,9°C em novembro, na região Niño 3.4. Observa-se que a região do Niño 3.4, em novembro, esteve com anomalias predominantemente negativas, reforçando que a La Niña está ativa, e na sua forma Clássica. A região Niño 1+2 também esteve com anomalias negativas (anomalia de -1,0°C em novembro), desfavorecendo as chuvas no RS. Estas duas regiões, com águas com anomalias negativas de temperatura, desfavorecem a passagem de frentes frias mais potentes e continentais. Com isso, o volume das precipitações diminuiu.
As águas no Oceano Atlântico Sul apresentaram, em novembro, temperatura entre valores normais e acima do normal. Possivelmente, devido à maior força do Pacífico no momento, este fator não favoreceu as chuvas no RS. Mas, é importante acompanhar sua evolução durante o período do verão.
As anomalias negativas da temperatura das águas subsuperficiais na região do Oceano Pacífico Equatorial se mantiveram ativas em novembro. Essa bolha de águas frias subsuperficiais continuará aflorando em superfície, dando sustentação à La Niña nos próximos meses.
Resumindo, o sistema acoplado é condizente com o da La Niña e, assim, deverá permanecer nos próximos meses. Com isso, as precipitações deverão continuar em baixos volumes ainda durante dezembro de 2021. Espera-se que o pico da La Niña ocorra entre dezembro e meados de janeiro e, depois, inicie o processo de desintensificação.
Relembrando que o efeito do ENOS (El Niño-Oscilação Sul) ocorre durante a primavera. Durante o verão, outros fatores interferem nas chuvas e, no caso do RS, a temperatura da água do Oceano Atlântico Sul influencia bastante.
Fonte: Agrolink