La Niña perde força e clima tende à neutralidade até o outono

Facebook
Twitter
LinkedIn
Print
Email
WhatsApp

FICHA DE CONSUMO DE SUPLEMENTO MINERAL GRÁTIS

Meteorologistas explicam que modelos apontam possível inversão de padrão para El Niño, mas ainda é cedo para afirmar

Depois de três anos influenciando o clima no Brasil, o fenômeno La Niña vai perdendo força e o padrão climático tende a uma neutralidade, que deve durar pelo menos até o outono. De acordo com meteorologistas, os modelos de avaliação das condições do tempo dão indicativo de mudança na situação que causou severas perdas em lavouras de importantes regiões produtoras no país.

“La Niña perde intensidade, com um aquecimento das águas do Atlântico Sul e da região do Pacífico que banha a América do Sul. O final do verão e o outono devem ser de clima neutro, mas ainda é muito cedo para dizer se haverá uma transição para El Niño”, diz a agrometeorologista da Rural Clima, Ludmilla Comparatto.

Esta pensando em adubar seus pastos agora no início das águas, com objetivo de melhorar a capacidade de suporte da sua fazenda e obter maior produção de @/ha? Conheça a excelente opção para ADUBAÇÃO de Pastagens e Culturas em geral Clique aqui para saber mais!

Nadiara Pereira, meteorologista do Agroclima, serviço de agrometeorologia da Climatempo, reforça a avaliação. Segundo ela, grande parte do primeiro semestre de 2023 deve ser sob neutralidade. “La Niña já está enfraquecendo e tudo indica uma transição para neutralidade climática. Modelos indicam a possibilidade de El Niño, mas ainda há incerteza e pode haver mudanças”, pontua Nadiara.

O que indica as condições de ocorrência de cada fenômeno é a variação de temperatura do Oceano Pacífico Equatorial em relação ao que é considerado normal. Se as temperaturas ficam mais altas, a tendência é de formação de El Niño. Caso contrário, o padrão climático é caracterizado por La Niña.

Ludmilla, da Rural Clima, explica que as alterações de temperatura estão ligadas aos ventos e seu impacto sobre as águas. Em períodos de La Niña, ventos mais intensos movimentam as águas mais frias e resfriam o oceano. Com El Niño é o contrário, com vento de menor intensidade.

No Brasil, via de regra, períodos de El Niño costumam ser mais chuvosos na região Sul e mais secos no Nordeste. Em época de La Niña, como nos últimos anos, é o contrário, embora possam ocorrer alterações, explica a agrometeorologista.

“Aqui no Brasil, além da influência das águas do Pacífico, temos que considerar o Oceano Atlântico, que banha a costa do país. Se as águas do Atlântico ficam mais quentes, há condição favorável para chuva no Sul, que pode ocorrer mesmo em período de La Niña”, explica.

Calor no Sul, chuva no Centro-oeste

Enquanto o padrão climático não muda, produtores rurais vêm lidando com problemas diversos, a depender da região do Brasil. No Rio Grande do Sul, a seca severa tem provocado perdas singificativas na safra de verão. No atual ciclo, os relatos são de danos de 50% a até 80% nas lavouras de milho.

A seca nos campos gaúchos tem sido um dos principais fatores de redução das estimativas para a produção brasileira de grãos, embora os números ainda apontem para um recorde em 2022/2023. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por exemplo, projeta uma produção total de 310,946 milhões de toneladas, com 152,712 milhões de toneladas de soja.

Ao mesmo tempo, a região Centro-oeste do Brasil tem visto excesso de chuvas sobre as lavouras, que tem atrasado os trabalhos de colheita das culturas de verão, com efeito sobre o plantio das lavouras de segunda safra. Em Mato Grosso, a área colhida de soja chegou a 5,9% do total até o dia 20 de janeiro. Na mesma época em 2022, as máquinas tinham percorrido 13,3%.

A situação não deve mudar de forma significativa pelo menos até o fim desta semana. De acordo com a Climatempo, pode chover em áreas do Rio Grande do Sul, mas de forma isolada, com praticamente nenhum efeito sobre o estresse hídrico causado pela seca nas lavouras desde o início do plantio.

“Deve ter mais estresse, tanto para as lavouras de milho quanto para as de soja. As temperaturas devem atingir 40 graus em algumas localidades”, explica Nadiara Pereira. “Vai fazer muito calor também em Mato Grosso do Sul. Essa situação só vai mudar na virada do mês, quando teremos o avanço de chuvas mais generalizadas”, acrescenta.

Em outras áreas do Centro-sul do Brasil – Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e nas regiões centro-sul de Goiás e Mato Grosso – a previsão é de chuva acima da média. A tendência, explica Nadiara, é de manutenção de níveis elevados de umidade no solo em plena colheita da safra de verão.

“Se, por um lado, o excesso de umidade atrapalha a colheita e a qualidade da soja, por outro terá bastante umidade para a 2ª safra”, pontua, destacando, no entanto, que o milho safrinha pode ter atraso no plantio, com a lentidão na colheita da oleaginosa.

Ludmilla Comparatto, da Rural Clima, acrescenta que a expectativa para fevereiro é de condições mais favoráveis ao retorno da chuva à região Sul. Ao longo do mês, as frentes frias devem levar maiores volumes não só ao Rio Grande do Sul, mas também à Argentina e ao Paraguai.

“A tendência ao longo de fevereiro é de mais chuva no Rio Grande do Sul, com entrada de frentes frias de melhor qualidade na região”, explica a agrometeorologista.

Já no Centro-oeste, reforça Ludmilla, grandes volumes de chuva devem continuar atrasando a colheita da safra de verão pelo menos até o dia 10 de fevereiro. No Matopiba (confluência entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) a previsão é de pancadas de chuva.

Fonte: Globo Rural

Facebook
Twitter
LinkedIn
Print
Email
WhatsApp

Autor

Artigos Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *