De acordo com o IRGA, fenômeno climático enfraqueceu, mas ainda está ativo
Houve aumento na frequência das precipitações em dezembro no Rio Grande do Sul (RS), porém, foram irregulares espacialmente. Na Metade Sul, os acumulados totais do mês ficaram entre 50 e 100mm, com exceção da Fronteira Oeste, que teve valores entre 100 e 150mm .
Observa-se, pela figura 2, que as precipitações ocorreram em momentos diferentes em alguns locais do Estado. Por exemplo, o município de Camaquã teve registro de chuvas na primeira quinzena do mês. Já Alegrete registrou quatro eventos de chuva bem espaçados entre si. Contudo, mesmo com a maior frequência das precipitações, o acumulado total foi abaixo da média climatológica (Figura 1B).
A falta de regularidade e os baixos volumes de chuva tem preocupado os produtores da Metade Sul do Estado, visto que os reservatórios, que não estavam com 100% da capacidade no início da safra, baixaram o nível com a intensificação da irrigação nas lavouras de arroz.
Segundo o último relatório da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), divulgado no dia 14 de janeiro, La Niña deve se manter no trimestre fevereiro, março e abril, com 80% de probabilidade, devendo entrar em fase de Neutralidade no trimestre abril, maio e junho, com probabilidade de 55%. Ainda segundo a NOAA, o sistema acoplado oceano-atmosfera esteve consistente com a fase fria do ENOS (La Niña), indicando sua continuação.
Pelo mapa da anomalia da Temperatura da Superfície do Mar (TSM), observa-se que as águas do Oceano Pacífico Equatorial se mantiveram mais frias que o normal durante dezembro (Figura 3). As anomalias nas quatro regiões do Pacífico foram de: -0,7°C, -0,8°C, -1,0°C e -0,8°C, nas regiões do Niño1+2, Niño 3, Niño 3.4 e Niño 4, respectivamente. O valor do último trimestre (outubro, novembro e dezembro) foi de -1,3°C.
De acordo com o boletim do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), a temperatura das águas do Oceano Atlântico Sul apresentou anomalias positivas em dezembro, devendo continuar assim no decorrer de janeiro. Este é um ponto positivo, visto que estas águas mais aquecidas fornecem maior quantidade de calor e umidade à região, favorecendo as chuvas no RS.
O Instituto já havia informado em outros boletins que, a frequência das precipitações foi maior em dezembro e em meados de janeiro, quando comparada ao mesmo período da safra passada. Esta tendência deverá continuar nos próximos meses, mesmo que a média mensal da precipitação não chegue ao valor da normal climatológica. Ou seja, assim como na safra 2019/2020, a safra 2020/2021 também será de chuvas abaixo da média, porém esta safra terá mais episódios de precipitação, fazendo com que os efeitos da estiagem sejam amenizados.
Para o trimestre fevereiro, março e abril de 2021, as precipitações ocorrem, mas ainda serão irregulares. A última semana de janeiro e os primeiros dias de fevereiro serão de dias com instabilidade no Estado, com as chamadas chuvas de verão que, em alguns locais, poderá acumular boa precipitação. Para fevereiro, a previsão do INMET mostra que o acumulado mensal ficará abaixo da média climatológica. O volume total de precipitação deverá ficar abaixo dos 70mm na maioria das regiões.
Fonte: Agrolink