“O solo deve ser tratado como ser vivo”. A afirmação é de um dos maiores especialistas no assunto no mundo: Rattan Lal, ganhador do Prêmio Mundial da Alimentação e 2020 e do Prêmio Nobel da Paz em 2007 (como integrante do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas).
Ele esteve no Brasil nesta semana onde falou para representantes do agronegócio sobre o papel das práticas agrícolas ambientalmente responsáveis no desafio de aumentar a produtividade no campo. Concedeu duas paletras durante o evento One Agro, promovido pela mutinacional Syngenta em Campinas (SP). E disse que “o investimento no solo equivale a uma aplicação financeira de alto rendimento”.
Para o cientista, o solo tende a ficar mais resiliente com o uso de práticas inovadoras, ciência e gestão. Entre os exemplos, ele citou a integração lavoura-pecuária, agricultura regenerativa, agricultura de precisão e revolução digital, incluindo a utilização de inteligência artificial, além de drones, robôs e máquinas autônomas.
Rattan Lal destacou ainda o papel dos sistemas alimentares globais na redução das emissões de gases de efeito estufa. “Considerando que, atualmente, entre 30% a 35% das emissões globais dos gases de efeito estuda vêm da atividade agrícola, aí é que se encontra o potencial para diminuição”, avalia.
Defendeu também a valorização do carbono como uma commodity. “Há ainda certa insegurança por parte dos produtores na realização de investimentos nesse sentido. É necessária a criação de regulamentação mais clara e negociação que dê ao carbono o valor que ele possui”, afirma.
Fonte: Globo Rural