Meteorologistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão ligado ao Ministério da Agricultura, indicaram a possibilidade de ocorrência do La Niña em meados da primavera, ainda em outubro.
O fenômeno, que se caracteriza pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico, afeta diretamente o clima do Brasil. Segundo o Inmet, o La Niña poderá levar mais chuvas às regiões Norte e Nordeste do país, enquanto, no Sul, as precipitações devem ocorrer com menos regularidade.
O meteorologista Mozar Salvador afirma que, com o La Niña e também com temperaturas mais baixas das águas oceânicas próximas à costa do Sul do Brasil e do Uruguai, crescem o risco de estiagem nas regiões Sul e Sudeste. Sob esse quadro, as chuvas no Nordeste e na região Amazônica poderão aumentar significativamente.
Tudo vai depender, diz ele, da intensidade do La Niña e do dipolo do Atlântico, fenômeno que apresenta mudança na temperatura da superfície da água do mar no Oceano Atlântico Tropical. “O La Niña, caso ocorra, será fraco e de curta duração. Se a ação do dipolo do Atlântico for mais forte, isso pode atenuar ou melhorar a situação”, afirma Salvador, em nota.
Ele diz ainda que o La Niña poderá beneficiar a região do Matopiba, confluência de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. “Para essas localidades do Nordeste, caso o dipolo e o La Niña continuem a se comportar como estão, será favorável. O dipolo é mais importante entre janeiro e maio. As condições dele, principalmente nesse período, é que vão definir um bom padrão de chuva para o Nordeste”, explica.
Fonte: Valor Econômico