Objetivo é equilibrar o preço dos três produtos agrícolas, que estão em nível recorde
O secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, César Halum, afirmou nesta quarta-feira (26) ao Valor que o governo vai retirar temporariamente as tarifas de importação do arroz, milho e soja de países de fora do Mercosul.
Segundo ele, a medida será uma sinalização ao mercado para equilibrar os preços e combater impactos na inflação, já que o preço dos três produtos bateu recorde no mercado interno.
“Vamos tirar o imposto de importação para esses três itens. É uma sinalização clara que o governo está atento aos preços, para não permitir que os preços cresçam para pressionar a inflação do país”, afirmou.
Consumidor Final
A principal preocupação é com o arroz e os impactos ao consumidor final, já que a saca chegou a ser comercializada acima de R$ 100 em alguns lugares.
“É um alimento básico. Se tiver gente segurando arroz, especulando para aumentar preço, pode desovar, senão o Brasil vai importar arroz e equilibrar o mercado”, advertiu, destacando que o aumento dos preços também se deve à forte demanda internacional e à desvalorização do real frente ao dólar.
Na semana passada, a indústria beneficiadora de arroz apresentou a demanda ao ministério para retirada da Tarifa Externa Comum (TEC), atualmente em 12%, até fevereiro de 2021.
O imposto é aplicado para compra de produtos de países fora do Mercosul. Para soja e milho, a alíquota é de 8%. O secretário não informou até quando valeria a isenção.
A medida deve ser votada pelo Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que se reúne na quinta-feira (27).
Halum afirmou também que não acredita na importação de volumes significativos de soja e milho, apesar da alíquota zerada.
“Dificilmente vamos importar alguma coisa. Temos grãos dentro do Brasil e vai normalizar comercialização com essa medida”, avaliou.
“O problema é que os preços dispararam. Não podemos proibir ninguém de exportar. Mas não vamos ter nenhum problema de abastecimento, está garantindo. Nossa luta é para controlar os preços”, concluiu.
Fonte: Valor Econômico