Preço da boiada sobe na maiorias das regiões produtoras, refletindo uma enorme escassez de oferta
Nesta terça-feira, o mercado físico do boi gordo registrou variações mistas entre as principais praças pecuárias do Brasil, com predominância de reajustes positivos no valor da arroba.
A novidade de hoje foram os recuos de preços registrados nas praças de São Paulo, onde o valor máximo do animal terminado recuou de R$ 225/@ para R$ 223/@ (valores a prazo), de acordo com dados da IHS Markit, com sede em São Paulo.
No Mato Grosso do Sul, a terça-feira também foi de enfraquecimento nas cotações da boiada gorda. Nas praças de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas, o valor da arroba registrou recuou diário de R$ 2/@, para R$ 206/@ (prazo), R$ 204/@ (à vista) e R$ 206/@ (prazo), respectivamente, segundo levantamento da consultoria paulista.
“Nas regiões pecuárias do MS e de SP, os negócios de gado para abate foram efetuados a valores uns poucos mais baixos que as máximas anteriores”, reforça a IHS Markit, acrescentando que, apesar da fragilização dos preços, as indústrias da região operam com escalas encurtadas e, no curto prazo, devem voltar a pagar mais caro para conseguir comprar novos lotes.
Na visão da consultoria, toda vez que os frigoríficos conseguem alongar minimamente as suas escalas e abate, eles buscam reduzir o volume de compras de boiadas na tentativa de negociar novos lotes a preços abaixo das máximas vigentes, o explica a atual volatilidade nas cotações.
No entanto, a baixa disponibilidade de animais terminados neste período de entressafra limita a possibilidade de ajustes negativos mais acentuados nos preços e, na maioria das regiões pesquisadas, dá suporte à firmeza, avalia a IHS.
Porém, o cenário de oferta restrita, que já se estende desde de meados de maio, pode sofrer modesta alteração com a chegada dos animais oriundos do primeiro giro de confinamento, prevê a consultoria paulista. No entanto, mesmo assim, analistas da IHS apostam numa arroba oscilando em patamares altos neste período de entressafra, já que, observa a consultoria, a maior parte dos pecuaristas deve continuar com posicionamento resistente nas vendas, especulando valores mais altos pela arroba para conseguir arcar com os altos custos praticados na reposição dos plantéis.
Embarques em alta
Além disso, o mercado interno do boi gordo continuará sendo sustentando pelos bons ritmos dos embarques de carne bovina e o relativo avanço do volume escoado para o mercado interno, em função da reabertura gradual das atividades nos grandes centros urbanos.
Ainda em relação ao mercado internacional, as exportações de carne bovina “in natura” continuam em ritmo aquecido em julho. Segundo dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros oito dias úteis do mês, o Brasil exportou, em média, 6,6 mil toneladas por dia, resultando em receita média diária de US$ 27 milhões. O resultado representa um aumento de 14% e 17% em volume e receita, respectivamente, em relação ao mesmo período no ano passado.
Giro pelas demais praças
Nesta terça-feira, a arroba se valorizou na região Norte, especificamente nas praças do Pará e Tocantins. Segundo a IHS Markit, a baixa oferta de animais tem sustentado os preços do gado, emplacando pressão altista nas cotações.
Nos estados do Nordeste (Bahia e Maranhão em destaque), os frigoríficos tiveram que elevar os valores oferecidos para conseguir comprar a matéria prima e preencher as escalas, que continuam apertadas.
Entre as praças do Centro-Sul, os preços do boi gordo também registraram altas em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro.
Fonte: Portal DBO