Estudo com engorda de novilhas nelore a pasto garantiu 34,6% de retorno financeiro

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FICHA DE CONSUMO DE SUPLEMENTO MINERAL GRÁTIS

Para o pecuarista Aldo Rezende Telles, presidente da Associação de Criadores de Nelore de Mato Grosso (ACNMT), o experimento serve de incentivo para os pecuaristas no Estado

Mesmo sendo com o maior rebanho bovino nacional, com 30,98 milhões de animais, Mato Grosso ainda se vê distante da aplicação em massa de tecnologias para a produção de carne.

Essa realidade deve ser mudada com uma série de estudos que passam a ser organizados pela Associação de Criadores de Nelore de Mato Grosso (ACNMT), ou simplesmente, Nelore MT, e desenvolvidos numa parceria público-privada entre o Núcleo de Estudos em Pecuária Intensiva (NEPI) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Cargill, que atua na fabricação de suplementação animal.

“A pecuária de Mato Grosso ainda não acredita muito em tecnologia. Queremos mudar isso mostrando que vale a pena intensificar e que o pecuarista vai ter produtos mais jovens, com uma carne de qualidade”, diz o pecuarista Aldo Rezende Telles, da Nelore MT.

O inédito estudo e que saiu dessa parceria foi debatido na última segunda-feira, 9 de agosto, no DBO Entrevista (confira a entrevista em vídeo no final da matéria).

O objetivo foi avaliar o potencial de engorda de novilhas que, ao invés de serem descartadas, renderiam bons negócios ao pecuarista. O experimento revelou um retorno financeiro de 34,6%.

Além de Telles, participaram da live a zootecnista e pesquisadora Kamila Andreatta, coordenadora do Núcleo de Estudos em Pecuária Intensiva (NEPI), do campus de Sinop da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e o médico veterinário Lorenzo Pacheco, coordenador de Território Cargill.

O que foi o experimento?

  • Animais avaliados: 180 fêmeas
  • Duração: 355 dias
  • Peso de entrada: 212 quilos
  • Peso de saída: 445 quilos
  • Ganho de peso diário: 656 gramas

“Procuramos fazer alguma coisa diferente do que a gente já tinha visto, por isso pegamos um lote de novilhas desmamadas para recriar e engordar dentro de um ano, Nem imaginávamos que os animais sairiam com mais de 400 kg. É um resultado extraordinário”, explica Pacheco.

Pasto de qualidade

O grande promotor dos resultados observados na pesquisa não foram os aditivos suplementares oferecidos ao lote de fêmeas, mas sim, o pasto, que é a grande chave de sucesso para a engorda das novilhas, segundo a pesquisadora da UFMT.

“O resultado vem se fizer o básico, que é um bom manejo de pasto e com manutenção adequada. Muitos pecuaristas negligenciam seus pastos, no entanto ele é a lavoura de carne. A lavoura mais barata que existe”, diz Kamila.

Análise financeira

O custo de nutrição médio por novilha ao longo do ano, considerando apenas a suplementação, foi de R$ 1.150. Incluindo os custos operacionais, a conta por novilha recriada e engordada dentro de um ano, ficou em R$ 1.700. Se for considerada a compra de cada novilha, por cerca de R$ 1.500 (julho de 2020, quando foi iniciado o estudo) o custo operacional foi de R$ 3.200.

“As novilhas pesaram, em média, 15,6 arrobas. Com a arroba, a R$ 315, vamos ter uma novilha com uma receita de quase R$ 5.000. Isso significa que tivemos um lucro de cerca de R$ 1.730 por animal”, diz Pacheco.

E mais estudos já estão na esteira na parceria da Nelore MT, UFMT e Cargill com a avaliação da engorda de machos, o que servirá ainda mais para incentivar o pecuarista mato-grossense a investir em tecnologia na produção de carne.

“Estamos fazendo o novo experimento, com 18 criadores e que avaliará 540 bovinos. Isso vai dar mais visibilidade aos pecuaristas do Estado, até porque essa pesquisa com as novilhas foi feita com animais de apenas três criadores. Vamos poder mostrar mais os benefícios aos produtores”, diz Telles.

Fonte: Portal DBO

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