Às 10:24, o dólar recuava 0,89%, a 5,1937 reais na venda
O dólar era negociado em queda contra o real nesta terça-feira, em meio ao maior apetite por risco no exterior em pregão que pode contar com volatilidade devido à baixa liquidez de fim de ano e possível pressão compradora diante de reajustes de posições previstos para os últimos dias de 2020.
Enquanto isso, os investidores acompanhavam desdobramentos positivos no exterior, como o encaminhamento para votação no Senado norte-americano de um pacote aprimorado de estímulo econômico.
Às 10:24, o dólar recuava 0,89%, a 5,1937 reais na venda, enquanto o principal contrato de dólar futuro perdia 0,88%, a 5,1935 reais.
Na véspera, a divisa norte-americana à vista teve alta de 0,66%, a 5,2406 reais na venda, depois de ter chegando a saltar mais de 2% nas máximas do pregão, comportamento que levou o Banco Central a marcar presença com um leilão de moeda à vista em que vendeu 530 milhões de dólares.
Sidnei Moura Nehme, economista e diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, disse que, “evidentemente, houve ontem e nos últimos dias e continuará havendo demanda (por dólares) que deve se acentuar nestes últimos dias do ano.”
Ele citou a influência do movimento de desmonte do ‘overhedge’ de bancos, que é uma proteção cambial adicional que deixou de ser interessante depois de mudanças, anunciadas no começo de 2020, em regras tributárias. Zerar o ‘overhedge’ implica compra de dólares.
Trump já havia sancionado um pacote de gastos e auxílio econômico de 2,3 trilhões de dólares no fim de semana, o que ajudou a elevar o ânimo dos mercados internacionais nesta reta final de 2020.
Diante do otimismo em torno de mais medidas de resgate na maior economia do mundo, o índice do dólar contra uma cesta de moedas operava em queda de 0,25% nesta manhã, enquanto peso mexicano, lira turca e dólar australiano, pares arriscados do real, registravam alta.
Por aqui, a cena política ficava no radar dos investidores em meio à disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. O presidente Jair Bolsonaro declarou em público seu apoio à candidatura do líder do PP, Arthur Lira (AL), e colocou o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao lado de seus inimigos tradicionais PT, PCdoB e PSOL.
Trocas de farpas constantes entre o Executivo e o Legislativo, especulações sobre tensões internas no governo Bolsonaro e temores em relação à saúde das contas públicas do Brasil foram apontados como fatores de pressão para o real no ano de 2020, assim como o patamar extremamente baixo da taxa Selic.
O dólar sobe aproximadamente 30% contra o real no acumulado do ano.
Fonte: Reuters