Novilhas que participaram do estudo entraram com um peso corporal médio inicial de 212 kg e saíram com 445 kg
Mato Grosso possui o maior rebanho bovino do Brasil, com aproximadamente 31 milhões de animais. Para melhorar a competitividade, os criadores procuram sempre o melhor desempenho para o rebanho criado a pasto. Mas o que fazer para garantir a qualidade desses animais?
Suplementação de qualidade, manejo adequado, bom pasto e boa genética. Essas foram as descobertas de um estudo científico realizado pela Associação dos Criadores Nelore Mato Grosso (ACNMT).
“Nós conseguimos mostrar por meio de dados científicos que é possível obter novilhas precoces com média de 15,7 arrobas aos 24 meses de idade. Os resultados superaram nossas expectativas”, afirma o presidente da associação, Aldo Rezende Telles.
Os resultados
O experimento inédito no Estado teve a duração de 355 dias e avaliou 180 fêmeas da raça. As novilhas entraram com um peso corporal médio inicial de 212 kg e saíram com 445 kg (dados brutos).
No período, a média de ganho de peso diário foi de 656 gramas, inclusive nos meses de maior estiagem, entre julho e outubro de 2020.
Traduzindo os números, o resultado aponta que os protocolos nutricionais utilizados podem oferecer ao produtor a possibilidade de obter animais mais jovens, prontos para o abate e com alto valor agregado.
Bons resultados
Para a coordenadora do Núcleo de Estudos em Pecuária Intensiva (NEPI) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Sinop, professora Dra Kamila Andreatta, os dados surpreendem porque com animal a pasto não é fácil manter um ganho de peso médio acima de 600g ao dia durante todo o ano.
“Geralmente existe o efeito ‘boi sanfona’, em que o animal ganha peso no período águas e perde na seca, portanto, obter protocolos nutricionais com bom ganho de peso ao decorrer do ano todo torna o sistema de produção muito eficiente e proporciona uma alta produção de arroba por hectare/ano”.
Fonte: Livre