Graças a monitoramento via plataformas digitais, modelo de negócio antecipa dinheiro para o produtor já na entrada do animal no confinamento.
Que as tecnologias digitais iriam alterar a rotina das fazendas e ajudariam a impulsionar o caixa do produtor, não resta dúvida. O que talvez nem o mais visionário pecuarista poderia imaginar é que estas inovações abririam um novo caminho para ele receber pelo animal antecipadamente, meses antes de vendê-lo como boi gordo para o frigorífico, sem burocracias e sem o risco de comprometer suas terras. Este mecanismo já é uma realidade no Brasil.
Este modelo específico foi desenhado pela agfintech E-ctare e viabilizado no início deste ano sobretudo a partir do momento em que a empresa firmou parcerias com startups para acessar seus sistemas de gestão de fazendas e de monitoramento animal. As agfintechs são empresas emergentes que usam avanços tecnológicos para agilizar o acesso ao crédito para segmentos agropecuários.
De acordo com o cofundador e CEO da e-ctare, Marcell Montipó Salgado, o mecanismo ajustado aos confinamentos pode beneficiar tanto terminadores, quanto quem faz ciclo completo ou recria e terminação:
“Antes da engorda intensiva, o boi a pasto não onera tanto o produtor, mas quando ele entra com os animais em confinamento terá de colocar a mão no bolso para bancar a comida ou a diária. Nesse momento, quase sempre seu capital está todo imobilizado no rebanho. E, para completar, considerando que são de 90 a 110 dias de confinamento e mais 30 dias para o frigorífico pagar, o produtor terá de aguardar até 140 dias para ver a cor do dinheiro. O que fazemos é antecipar isso pra ele”.
Os tíquetes de crédito na pecuária de corte chegam a superar R$ 600 mil por operação com prazo de até 180 dias. Isso ocorre pelo fato destes modelos, sobretudo os mais tecnificados, permitirem monitoramento remoto, o que facilita o acompanhamento da evolução dos lotes e a consequente análise de garantias para a antecipação dos recursos.
Fonte: Portal DBO