Segundo a estatal, volume total deverá alcançar 268,9 milhões de toneladas, um novo recorde
O ritmo lento do início do plantio de soja, por causa da escassez de chuvas nas principais regiões produtoras em setembro e na primeira metade de outubro, não foi suficiente para reduzir a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)para mais uma colheita recorde da oleaginosa, carro-chefe do campo no país, nesta safra 2020/21. Com isso, a estatal confirmou que a produção total de grãos também deverá ser a maior da história na temporada.
Em relatório divulgado há pouco, a Conab passou a projetar a produção de grãos em268,9 milhões de toneladas, 0,1% acima do que calculou em outubro e volume, se confirmado, 4,6% superior ao do ciclo 2019/20. A área plantada deverá somar 64,2milhões de hectares, com aumento de 1,9% ante 2019/20, e a produtividade média das lavouras tende a crescer 2,8% nesta comparação, para 4.008 quilos por hectare.
Para a soja, a estatal agora estima produção de praticamente 135 milhões de toneladas, 1% mais que o previsto em outubro e volume 8,1% maior que o da safra passada. A área plantada com a cultura passou a ser calculada em 38,3 milhões de hectares, também 1% acima do projetado em outubro e com avanço de 3,5% ante2019/20. A estimativa para a produtividade média permaneceu em 3.528 quilos por hectare, aumento de 4,4% em relação ao ciclo passado.
No caso do milho, a produção total, somadas as três safras anuais, foi ajustada pela Conab para 104,9 milhões de toneladas, um novo recorde 0,3% menor que o previsto em outubro mas 2,3% mais que o de 2019/2. Ainda sem previsões para a chamada safrinha, a principal das três, que só será cultivada no início do ano que vem, a área plantada com o cereal está estimada em 18,4 milhões de hectares, com quedas de 0,2% ante a previsão de outubro e 0,5% sobre a temporada passada.
Para soja e milho, o impulso para a semeadura vem dos preços, que alcançaram patamares nunca antes vistos no país este ano por causa de demandas firmes no exterior e no mercado doméstico, inflados pelo câmbio, e também das perspectivas deque esse cenário positivo deverá perdurar. Graças a essa expectativa, os investimentos dos produtores em suas plantações estão em alta, como mostram dados do Banco Central sobre desembolsos de crédito rural.
Para o arroz, a estatal agora projeta colheita de quase 11 milhões de toneladas, um recuo de 2% na comparação com 2019/20 apesar dos preços recorde do cereal neste ano. Para a soma das três safras anuais de feijão a previsão também é de queda 3,7%, para 3,1 milhões de toneladas. E para o algodão, que completa a lista das cinco culturas com maior peso na produção brasileira de grãos e fibras, a projeção é de colheita de 4 milhões de toneladas, uma retração de 8,9%.
Fonte: Valor Econômico