Os preços da soja recuaram nesta segunda-feira na bolsa de Chicago, com investidores optando por apostar no dólar. Os contratos do grão para março fecharam em queda de 0,7%, a US$ 15,2125 por bushel, e os papéis para maio caíram 0,72%, a US$ 15,145 por bushel.
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A moeda americana ganhou força após a divulgação do relatório de empregos gerados nos Estados Unidos (“payroll”) de janeiro, cujos resultados vieram acima do esperado pelo mercado. Nesse cenário, o Federal Reserve (Fed) tende a manter sua política de aperto monetário para conter a inflação no país.
E, no Brasil, há um fator adicional. De acordo com Ênio Fernandes, analista da Terra Agronegócios, as críticas do presidente Lula ao Banco Central, por causa dos níveis atuais dos juros no Brasil, também fizeram o real cair em relação ao dólar. Com a colheita de grãos do país em curso, o câmbio pode estimular as vendas ao exterior, aumentando a oferta internacional de soja.
Sobre os fundamentos de oferta e demanda, Fernandes disse que o mercado espera que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) eleve sua estimativa para a colheita no Brasil em 500 mil toneladas, para 153,5 milhões.
“Para a Argentina, no entanto, um adido sinalizou um corte para 36 milhões de toneladas, ante 45,5 milhões no último relatório. É uma quebra importante, e a previsão de chuvas e temperaturas não indica um cenário com grande melhora”, complementou.
O analista realçou, ainda, que o contrato para novembro, quando os americanos estarão colhendo a próxima safra (2023/24), fechou em US$ 13,6725 por bushel, em baixa de 0,18%.
“O mercado está dizendo que há um problema de oferta agora, mas que, se não tivermos uma quebra na produção americana, nem uma grande decepção na brasileira, a tendência é que os preços arrefeçam”, diz.
Trigo
O cenário macroeconômico também pesou sobre as cotações do trigo em Chicago. Os papéis que vencem em março caíram 0,86%, a US$ 7,5025 por bushel, e os lotes para maio recuaram 0,81%, a US$ 7,62 por bushel.
Milho
No mercado de milho, as boas vendas do cereal americano sustentaram os preços. Os contratos para março, os mais líquidos, avançaram 0,22%, a US$ 6,79 por bushel, e os papéis para maio subiram 0,33%, a US$ 6,7775 por bushel.
As exportações dos EUA somaram 480,2 mil toneladas na semana encerrada em 2 de fevereiro, um aumento de 11,6% em relação ao período de sete dias anterior.
Além disso, Ênio Fernandes afirma que a chuva está dificultando o avanço da colheita de soja no Brasil, o que pode prejudicar a implantação do milho segunda safra dentro da janela ideal e gerar alguma frustração no volume a ser colhido.
Fonte: Valor Econômico
