O trigo foi na contramão de soja e milho e fechou o dia em alta na bolsa de Chicago. O contrato para maio, o mais negociado no momento, subiu 2,83% (29,75 centavos de dólar), a US$ 10,8125 o bushel, e a posição seguinte, que vence em julho, avançou 2,91% (30,75 centavos), para US$ 10,890 o bushel.
Milho
Já o milho fechou o dia em leve baixa. O contrato para maio, o mais negociado, caiu 0,55% (4,25 centavos de dólar), a US$ 7,6450 o bushel, e a posição seguinte, para julho, valorizou-se 0,26% (2 centavos), para US$ 7,5875 por bushel.
O cereal enfrentou forte pressão do petróleo, que hoje caiu quase 4%. O recuo do fóssil tira a competitividade do etanol dos Estados Unidos, onde o milho é a principal matéria-prima do biocombustível.
No entanto, a queda do grão foi suavizada por um informe de embarque de milho dos EUA para a China. Segundo o USDA, exportadores do país venderam 1,02 milhão de toneladas do cereal para os asiáticos. Essa venda soma-se a uma de volume similar ocorrida na semana passada, em um momento em que a China continua a lidar com uma nova onda de covid-19. “Alguns analistas especulam que as medidas de restrição chinesas estão pesando sobre o preço do petróleo, enquanto outros notaram as liberações de reservas estratégicas dos países”, diz Terry Reilly, da Futures International, em nota, segundo a Dow Jones Newswires.
Além dessas questões, Warren Patterson, chefe de estratégia de commodities do ING, disse à agência Bloomberg que o clima nos EUA também preocupa os investidores de milho. Uma “tempestade de inverno significativa” no país pode levar neve pesada para os Estados das planícies do norte a partir da noite de segunda-feira, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia. Também há previsão de clima mais frio do que o normal no centro dos EUA na próxima semana, em um momento em que o plantio da primavera normalmente começa a ganhar velocidade.
Hoje, durante o pregão, o USDA informou que os americanos embarcaram 1,42 milhão de toneladas de milho na semana encerrada em 7 de abril. O volume é 7,9% menor que o da semana anterior e 17,9% inferior ao da mesma semana de 2021. No ano safra 2021/22, iniciado em 1º de setembro, os americanos já embarcaram 32 milhões de toneladas, 15,6% menos do que no mesmo período da temporada passada (37,9 milhões de toneladas).
Soja
No mercado da soja, o contrato para maio, o mais negociado atualmente, caiu 2% (33,75 centavos de dólar), a US$ 16,5525 o bushel. Já a posição seguinte, para julho, cedeu 1,63% (27,25 centavos), a US$ 16,4075 o bushel.
Após acumular valorização de mais de 6% na semana passada, a soja iniciou a semana com realização de lucros. De acordo com o analista Tomm Pfitzenmaier, da Summit Commodity Brokerage, a oleaginosa também foi pressionada pela queda do petróleo durante o pregão, o que acaba por desvalorizar o óleo de soja, principal insumo do biodiesel.
“A fraqueza no mercado de petróleo atingiu o de óleos, e isso trouxe uma pequena pressão de venda para a soja nesta manhã”, disse ele mais cedo, em nota enviada à Dow Jones Newswires.
O USDA informou hoje que os embarques americanos de soja cresceram 3,4% na semana encerrada em 7 de abril, para 766,2 mil toneladas. No ano-safra 2021/22, os americanos despacharam 44,9 milhões de toneladas, 18,3% menos do que no mesmo período do ciclo passado (55 milhões de toneladas).
Fonte: Valor Econômico