Com alta na área de milho, safra de grãos pode crescer 6,4%, estima Conab

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FICHA DE CONSUMO DE SUPLEMENTO MINERAL GRÁTIS

Janela mais alongada para plantio da segunda safra somada às condições de mercado favoreceram cultivo do cereal, segundo a companhia

A atual estimativa para a produção de grãos no país pode chegar a uma colheita de 271,8 milhões de toneladas para a safra 2021/22, volume que representa um aumento de 6,4% sobre o ciclo anterior. Os dados estão publicados no 8º Levantamento da Safra de Grãos 2021/22, divulgado nesta quinta-feira (12), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O resultado também apresenta um ligeiro ganho de 2,5 milhões de toneladas quando comparado com a estimativa publicada no mês anterior. Segundo a Conab, essa melhora na produção de grãos é explicada pela maior área plantada de milho segunda safra, além do melhor desenvolvimento no final do ciclo das lavouras, sobretudo de arroz, milho e soja.

Para o milho é esperada uma produção total 116,19 milhões de toneladas, elevação de 33,4% em comparação com a safra 2020/21. A janela mais alongada para plantio da segunda safra somada às condições de mercado favoreceram o crescimento de área do cereal. “Durante as viagens de campo, os técnicos da Companhia identificaram áreas semeadas, inclusive, fora da janela ideal, o que demonstra que a rentabilidade esperada para cultura ainda é atrativa para os produtores”, ressalta o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.

Esse aumento, inclusive, reduziu o impacto negativo verificado pelas condições climáticas adversas em importantes regiões produtoras para a segunda safra do grão, como Goiás e parte de Mato Grosso. Mesmo com a estiagem registrada, a produtividade no estado goiano deve ser elevada em 31,7% em relação ao ciclo anterior. “A atual safra não irá atingir a produtividade potencial, mas ainda tende a ser uma boa produção principalmente pelas lavouras implantadas mais cedo. No entanto, ainda precisamos ter atenção com o desenvolvimento da cultura. A maior parte do milho semeado se encontra em estágios de desenvolvimento em que o clima é preponderante. Para Mato Grosso e Goiás há uma tendência de déficit hídrico. Já em Mato Grosso do Sul e no Paraná, a maior preocupação é com o risco de geadas”, pondera o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas, Sergio De Zen.

Outra importante cultura de segunda safra, as lavouras de algodão têm apresentado clima favorável para o desenvolvimento da fibra que, aliada ao ganho de área, resulta numa produção de 2,82 milhões de toneladas de pluma. Se confirmado, o volume estimado será o segundo maior já registrado na série histórica, sendo 19,5% superior à safra passada e menos apenas que o registrado no ciclo 2019/20.

Para o feijão, a expectativa de uma boa segunda safra da leguminosa vem se confirmando. O clima mais favorável contribui para um maior rendimento dos grãos, na maioria das regiões produtoras, o que traz uma expectativa de colheita em 1,4 milhão de toneladas, um incremento de 23,3% em relação ao mesmo período da safra 2020/21.

Entre as culturas de primeira safra, a soja já apresenta cerca de 95% da área colhida. A estimativa de produção da oleaginosa está em 123,8 milhões de toneladas, redução de 10,4% em relação à safra anterior. No caso do arroz, a colheita atinge 91% da área. A expectativa da Conab é que o Brasil produza 10,7 milhões de toneladas, queda de 9,1% em relação ao volume produzido na safra passada. A redução registrada para estes grãos neste ciclo é explicada pela estiagem registrada nos estados do Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul entre o fim de 2021 e início deste ano.

Dentre as culturas de inverno, o panorama de mercado de trigo estimula os produtores. A expectativa de área plantada do grão no país teve uma elevação de 3% neste levantamento. Destaque para o Rio Grande do Sul, onde a intenção de plantio mostra uma elevação de 9,7%, saindo de 1,16 milhão de hectares para 1,27 milhão de hectares.

Mercado de grãos

O levantamento da Conab trouxe algumas novidades para o mercado externo de grãos. As exportações de milho para 2022 foram aumentadas, passando de 37 milhões de toneladas para 38 milhões de toneladas. Se confirmado, os embarques para o mercado externo terão um incremento de 82,6% em relação à safra anterior. Essa elevação é explicada pelo crescimento da produção brasileira alinhada à demanda internacional aquecida.

Para os demais grãos, as estimativas de exportação foram mantidas: algodão em 2,05 milhões de toneladas, arroz em 1,3 milhão de toneladas, feijão em 200 mil toneladas e soja em 77 milhões de toneladas. No caso do trigo, as informações ainda são referentes à safra 2021, que possui o ano comercial de agosto de 2021 a julho de 2022. Para o cereal, a expectativa de venda para o mercado internacional segue em 3 milhões de toneladas.

No que se refere aos estoques, os dados indicam recomposição da disponibilidade interna para o milho, que deverá ser de 10,4 milhões de toneladas, aumento de 34,7% comparado à safra 2020/21. Já para o feijão, o estoque de passagem deverá ser da ordem de 304,1 mil toneladas, volume que deverá contribuir para a manutenção da normalidade do abastecimento interno. Para a soja, os esmagamentos deverão aumentar em 345 mil toneladas, passando para 46,85 milhões de toneladas. Com o aumento de produção e de esmagamentos, os estoques de passagem para a safra 2021/22 de soja em grãos estão estimados em 3,56 milhões de toneladas. No caso do arroz, o cenário é de diminuição em 16,1% dos estoques finais, com um montante de 2,1 milhões de toneladas em dezembro de 2022.

Em relação aos preços médios mensais dos grãos nas principais praças, observou-se, no mês de abril em comparação com o mês de março, desvalorização de 14,26% no preço do milho no PR, de 4,92% no preço do trigo no PR, de 3% no do arroz no RS e de 8,5% da soja no MT. Por outro lado, o preço do algodão elevou em 2,7% no MT e do feijão cores em 6,56% em SP.

Fonte: Canal Rural

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