Com 100% da Fertilizantes Tocantins, EuroChem prevê forte avanço no país

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FICHA DE CONSUMO DE SUPLEMENTO MINERAL GRÁTIS

Empresa pretende erguer novas misturadoras e está de olho em eventuais aquisições

A suíça EuroChem, que fatura US$ 6 bilhões por ano com a venda de fertilizantes, tem planos de dobrar sua operação no Brasil até 2024 por meio da Fertilizantes Tocantins (FTO). A empresa já detinha uma fatia de 50% mais uma ação na FTO desde 2016, e teve a aquisição total, de valor não revelado, aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no fim de julho.

Em 2019, com 8% de participação de mercado no Brasil, a FTO faturou R$ 4 bilhões com a entrega de 3 milhões de toneladas de fertilizantes a seus clientes finais e 1 milhão de toneladas a terceiros. Em quatro anos, o objetivo é dobrar cada um dos dois negócios. O número de funcionários deverá subir de 800 para 1,7 mil.

A meta é ter 15% do mercado brasileiro

“A meta, daqui quatro anos, é ter 15% de participação num mercado de 40 milhões de toneladas no Brasil”, resume Lieven Cooreman, CEO da nova empresa, que foi batizada EuroChem Fertilizantes Tocantins. No cargo há seis meses, ele está otimista e espera que o mercado sul-americano, liderado pelo Brasil, já seja o maior para a EuroChem até o fim do ano.

Após investir R$ 210 milhões em três fábricas ao longo dos últimos anos – em Sinop (MT), Catalão (GO) e Araguari (MG) -, a FTO tem estrutura capaz de produzir 3,7 milhões de toneladas de fertilizantes por ano, o que deve sustentar a primeira etapa de crescimento da EuroChem.

“Mas não podemos nos contentar com os locais onde estamos se queremos dobrar de tamanho. Por isso, uma alternativa é construir novas misturadoras e armazéns ou aproveitar para fazer aquisições oportunas”, afirma Cooreman, que mira potenciais compras durante a pandemia. Nesse sentido, uma relação de prospectos está sendo levantada e o alvo são misturadoras na região Centro-Norte, revela.

Atualmente com nove unidades de produção de fertilizantes, três delas portuárias – em São Luís do Maranhão (MA), Barcarena (PA) e Araguari (MG) -, a empresa está presente em sete Estados (os três já citados e Tocantins, Bahia, Mato Grosso e Goiás).

Com a compra ou a construção de novas unidades, Cooreman explica que o objetivo é otimizar a logística da EuroChem para garantir maior competitividade de sua operação em termos de custo, velocidade de entrega e qualidade. “Logística é quase tudo no negócio de fertilizantes. Quanto menos pontos de carregamento, melhor”, destaca o executivo.

A unidade de Araguari é um exemplo prático de otimização. No caso, o produto, que sai da Rússia, viaja por via férrea até o porto local e, no Brasil, após ser descarregado em Vitória (ES), sobe novamente nos trilhos. Em Araguari, entra na fábrica sem muito esforço, carregado por correias transportadoras. Em relação à internacionalização de matérias-primas, os modais ferroviário e aquaviário já respondem por 70% das movimentações da FTO no Brasil.

Produtos de valor agregado

Para impulsionar o crescimento da EuroChem Fertilizantes Tocantins no país, também está nos planos investir em produtos de maior valor agregado – além dos commodities, carro-chefe da FTO até agora – e no desenvolvimento de novas formulações. O foco continuará nas culturas de soja e milho, que respondiam por 75% a 80% das vendas, à frente de algodão, cana-de-açúcar, arroz e café, que, juntos, correspondem a mais 10%.

Segundo Cooreman, a EuroChem entrou de cabeça no Brasil porque já tinha uma base de produção e distribuição sólida na Europa, sendo seu objetivo principal se fortalecer em mercados com liquidez. A companhia conta com quatro minas: três na Rússia (duas de potássio, em VolgaKaliy e Usolskiy, e uma de fosfato, em Kovdorskiy) e outra no Cazaquistão, de fosfato.

“Queremos ser os maiores do mundo até 2025”, diz Cooreman. Embora tenha comercializado 16 milhões de toneladas de fertilizantes em 2019, a EuroChem informa que sua capacidade já soma 25,5 milhões de toneladas. Em 2019, Yara (38 milhões de toneladas), Nutrien (27 milhões) e Mosaic (25,2 milhões) tiveram as vendas mais robustas do mercado.

Fonte: Valor econômico

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