Mesmo com lavouras fora da janela ideal, produção será recorde e a oferta abundante tende a pressionar os preços no Brasil, que podem recuar ainda mais durante a colheita
Os últimos dias tem sido de forte pressão para os preços do milho que estão recuando no mercado brasileiro e já operam na casa dos R$ 70,00 a saca na Bolsa Brasileira (B3) e até mesmo abaixo desse patamar em muitas regiões produtoras.
Segundo o analista de inteligência de mercado da StoneX, João Pedro Lopes, conforme as lavouras da segunda safra seguem se desenvolvendo bem no Brasil, o mercado vai ficando mais confiante de atingir volumes recordes de produção. Além disso, a recente queda do dólar também ajuda a diminuir a força das cotações do cereal.
Pelos números da consultoria, o Brasil deverá colher 131,3 milhões de toneladas no total das três safras e toda essa oferta derruba os preços, que podem recuar ainda mais durante o período de colheita.
Outro ponto que ajuda nesse cenário baixista é a baixa comercialização desta safra, o que pode gerar uma corrida de venda após a colheita no segundo semestre.
Como fatores que demandam atenção do produtor, e podem trazer algum suporte ao mercado, Lopes cita a própria sequência de clima para as lavouras brasileiras, novos cortes de produção na Argentina, algum problema no plantio da safra dos Estados Unidos e a demanda pela cereal nacional que segue forte tanto internamento para rações e etanol, quanto para exportação, que deve chegar à 48 milhões de toneladas no ciclo 22/23.
Fonte: Notícias Agricolas