As chances de ocorrência de um novo La Niña ainda neste ano chegam a 70%, segundo o agrometeorologista Celso Oliveira, da Climatempo. A notícia é preocupante para os produtores brasileiros, principalmente da região Sul, porque indica risco de chuvas abaixo da média entre setembro e novembro, o que comprometeria o solo para as lavouras de verão.
Em evento virtual promovido pela Associação Brasileira de Trigo (Abitrigo), o meteorologista afirmou que o fenômeno, caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, atrasaria a regularização das chuvas no Brasil. “O Pacífico cobre metade do globo e por isso afeta todos os regimes de chuvas”, explicou.
Para o decorrer de setembro e outubro, ele prevê chuvas regulares no Sul e Sudeste, mas, depois disso, a chuva se afasta para as regiões Norte e Nordeste. “Haverá períodos com frequência de chuva muito irregulares veranicos e estiagens regionalizadas”, disse.
Isso também vale para a Argentina e Paraguai, países que correm maior risco de estiagens a partir do fim do ano. Por outro lado, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e as Regiões Norte e Nordeste devem ter um verão e início de outono mais chuvosos.
Sobre a colheita de trigo, que deve ocorrer nas próximas semanas, Oliveira diz que devem ocorrer chuvas, mas elas não vão durar muito e nem atrapalhar os trabalhos, afirma ele.
Fonte: Valor Econômico