Caroço de Algodão e a qualidade nutricional do coproduto

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O caroço de algodão é um dos principais coprodutos obtidos da cultura do algodão e o rendimento por hectare após a retirada da plumas nas máquinas algodoeiras em média é de 55%.”

Segundo a CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento, a safra de algodão em 2019-20 foi cerca de duas vezes maior do que a produção estimada no início da década. Com o aumento da produção de algodão houve também aumento significativo na disponibilidade dos coprodutos do algodão, como o caroço, torta, farelo e o capulho de algodão.

O caroço de algodão é um dos principais coprodutos obtidos dessa cultura e o rendimento por hectare após a retirada da pluma nas máquinas algodoeiras em média é de 55%.

O caroço de algodão é muito utilizado na formulação de dietas de bovinos leiteiros e bovinos de corte. Para muitos nutricionistas esse coproduto é considerado um ingrediente coringa durante a formulação.

Ele também e denominado por muitos como sendo um ingrediente completo, pois possui elevada concentração de fibra, por conta da presença do linter (alta digestibilidade), de proteína bruta e também de energia, por conta do elevado teor de gordura (extrato etéreo). Nesse sentido, quando os nutricionistas têm a possibilidade de utilizar este ingrediente na dieta, o mesmo tem a capacidade de substituir parte do volumoso, concentrado proteico e energético.  

Um ponto importante que deve ser levado em consideração seria o gossipol, um composto fenólico presente no caroço de algodão que pode prejudicar o desempenho reprodutivo dos machos (azoospermia ou alterações morfológicas nos espermatozoides). A concentração de gossipol no caroço pode variar de acordo com a cultivar, usualmente de 0,4 a 1,0% na MS, sendo as maiores concentrações observadas nas cultivares mais resistentes a pragas. Sendo assim, para algumas categorias não é indicado o uso deste coproduto.

Como todo coproduto, é muito importante atentar-se a qualidade nutricional do caroço de algodão.

Alguns fatores como a cultivar, intemperes climáticas e processamento podem afetar em grande proporção a composição química do ingrediente. Na Tabela 1 estão apresentados os dados médios, máximos e mínimos relativas as amostras de caroço de algodão analisadas pela ESALQLab nos últimos 3 anos.

Analisando os dados é possível perceber que o teor de matéria seca do ingrediente possui baixa variação, sendo este um facilitador durante o processo de formulação e preparo das dietas. Entretanto, há de se destacar que os principais componentes do coproduto apresentam grande variação.

O valor médio da proteína bruta ficou de acordo com a literatura (21,70% na MS), sendo observado amostras variando de 13,70% a 34,20%. Outra variação que também chama muito a atenção seria o teor de fibra em detergente neutro, com observações que variam de 33,90% a 60,70%, sendo isso explicado pela eficiência do processo de retirada da pluma (maior ou menos presença de linter).

Por fim, é necessário destacar a grande variação observada em relação ao teor de extrato etéreo. Apesar do valor médio estar de acordo com a literatura internacional, as variações observadas de 9,10% a 21,90% são de extrema importância para o nutricionista. A dieta dos animais ruminantes não pode conter elevadas concentrações de gordura, pois isso pode afetar a atividade dos microrganismos, resultando em redução na digestibilidade da fibra e redução no teor de gordura do leite. Portanto, em muitos casos a identificação de alterações na composição química do coproduto resultara em alterações na formulação da dieta.

Já na tabela 2 são apresentados os dados das amostras dentro de cada ano em que as análises foram realizadas. É possível observar pouca variação nos resultados médios entre os anos analisados, sendo observado uma pequena redução na concentração de fibra em detergente neutro (menor quantidade de linter) e aumento no teor de proteína de 2018 a 2020.

O monitoramento da composição química dos ingredientes utilizados na dieta dos animais sempre foi de grande importância visando atender adequadamente as exigências dos animais, tornando o sistema cada vez mais eficiente.

Isso se torna ainda mais importante no atual momento em que o clima tem dificultado muito a produção agrícola (secas no início da safra e geadas na safrinha) e os insumos tem atingido valores recordes. Nesse cenário, as dietas devem ser formuladas com o máximo de precisão, aumentando assim a eficiência de uso dos nutrientes e minimizando as perdas.

Fonte: MilkPoint

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