Mesmo com os 100 dias em que a China ficou fora do mercado, os embarques mato-grossenses podem encerrar o ano ultrapassando US$ 1,74 bilhão, estima o Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac)
Em Mato Grosso, o mercado da carne bovina chega ao final de 2021 com resultado positivo nas exportações.
Os embarques de carne bovina mato-grossense podem encerrar o ano ultrapassando US$ 1,74 bilhão, um recorde mesmo com os 100 dias em que a China ficou fora do mercado.
Em 2020, Mato Grosso exportou o equivalente a US$ 1,68 bilhão.
No Brasil, dados preliminares do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) apontam um faturamento que deverá ser em torno de US$ 530 milhões no embarque de 110 mil toneladas de carne bovina no mês de dezembro.
Assim, 2021 poderá fechar com mais de US$ 9 bilhões, o equivalente a 1,8 milhão de toneladas de carne bovina mais derivados exportados. China e Estados Unidos lideraram as aquisições no mercado internacional.
“Conseguimos manter o ritmo das exportações em função do desempenho de janeiro a setembro deste ano”, diz o diretor de operações do Imac, Bruno de Jesus Andrade.
Com relação aos preços praticados em toda a cadeia produtiva, há uma expectativa de estabilidade.
Isso porque, com a redução do abate de fêmeas nos dois últimos anos, a oferta de animais deve aumentar em 2022, normalizando a pressão de custos dentro da porteira.
A maior disponibilidade de animais também poderá ser sentida nas indústrias e consequentemente no varejo.
“O consumidor brasileiro pode esperar por preços estáveis, porém ainda altos no primeiro semestre pelo menos, já que há expectativa de uma maior oferta de animais para abate a partir do 2º semestre de 2022”, prevê o diretor do Imac, Bruno Andrade.
Ele destaca que este ano houve uma valorização do preço médio da carne em Mato Grosso, se comparado com o ano passado.
“Em 2020, o preço médio da carne bovina era R$ 26,92 e chegou a R$ 35,76 em 2021, uma alta de 34,09%”, explicou Andrade.
Segundo o Imac e a partir de dados do Imea, a picanha, um dos cortes mais apreciados pelo consumidor brasileiro, teve um incremento de 30,29%, já o músculo dianteiro, muito utilizado no dia a dia, valorizou-se 45,93%.
A arroba do boi gordo também se valorizou, R$ 287,34 na média de 2021, alta de 47% em comparação com 2020.
Outro dado analisado pelo Imac é o valor médio do Equivalente Físico, que mede o faturamento da indústria frigorífica com a venda de carcaça casada no mercado interno, expresso em reais por arroba (R$ /@). Em 2021, até novembro, ele foi de R$ 252,16 / @, valorização de 33,6%.
“Porém a diferença entre o Equivalente Físico e o valor da arroba do boi gordo ficou em 12,2% abaixo do valor médio da arroba do boi gordo. Esse dado é 8,7 pontos percentuais pior que no mesmo período de 2020. Isso mostra uma situação desfavorável para a indústria frigorífica em Mato Grosso na operação de venda de carcaça casada no mercado interno. Ou seja, em 2021 ela pagou mais caro pelo @ do boi gordo do que vendeu a @ da carcaça casada desse mesmo boi”, explica Andrade.
Entre janeiro e novembro deste ano, foram abatidos 4,3 milhões de animais no território mato-grossense – 2,7 milhões de machos e 1,6 milhão de fêmeas.
Até o final do ano, o abate total deve atingir 4,7 milhões de animais, um volume 10,46% menor que o ano passado.
“A valorização da arroba do boi em 2021 teve forte relação com a menor oferta de animais para o abate e esteve associado também aos bons números das exportações”, afirma Bruno Andrade.
O Brasil atinge pelo segundo ano consecutivo o recorde na exportação de carne bovina. Em 2020, o volume comercializado do produto in natura e processado chegou a 2,016 milhões de toneladas, 8% mais que em 2019, com 1,875 milhão de toneladas exportadas. A receita no ano passado, foi 11% maior que o ano anterior com a comercialização de US$ 8,4 bilhões no mercado externo
Deste total, US$ 1,6 bilhão é referente às mais de 407 mil toneladas de carne bovina produzida em Mato Grosso, a maior parte foi de congelados desossados.
Fonte: Ascom Imac