A Cargill obteve em 2020 receita operacional líquida recorde no Brasil, de R$ 68,6 bilhões, crescimento de 38% em relação ao ano anterior (R$ 49,7 bilhões). O lucro líquido no país no ano passado foi de mais de R$ 2,1 bilhões, ante R$ 400 milhões em 2019, segundo a empresa.
Em entrevista virtual, o presidente da Cargill no Brasil, Paulo Sousa, disse que o resultado foi reflexo da combinação de safras volumosas, valorização da soja e milho no mercado internacional e desvalorização do real. Segundo o executivo, o mercado externo representa 75% da receita da Cargill no Brasil. “A combinação desses três fatores trouxe esse recorde de faturamento no ano de 2020”, disse Sousa.
Conforme o executivo, havia a preocupação de importadores de garantir suprimento, temendo interrupção nas cadeias devido à Covid-19, o que não se confirmou. Por outro lado, disse ele, o produtor rural brasileiro colheu um volume expressivo e antecipou as vendas ao ver os preços subindo. “Foi um cenário muito positivo, com a demanda global querendo comprar e o produtor brasileiro querendo vender.”
Já o mercado doméstico foi prejudicado pela queda de faturamento em food service no primeiro semestre, mas se recuperou no segundo semestre, principalmente por conta do auxílio emergencial. Segundo o executivo, embora o food service também tenha reagido em relação à primeira metade de 2020, o seu desempenho ficou abaixo dos anos anteriores, porém a recuperação no mercado doméstico foi puxada principalmente pelas vendas de produtos alimentícios no varejo.
O investimento da Cargill no Brasil totalizou R$ 918 milhões em 2020, um aumento de 40% ante os R$ 656 milhões em 2019. Em torno de um terço desse valor (R$ 328 milhões) foi aplicado na fábrica de pectina HM em Bebedouro (SP), que está prevista para ser concluída no terceiro trimestre. Segundo a empresa, a demanda global por pectina cresce a uma taxa de cerca de 3% a 4% ao ano. O projeto tem investimento total estimado em R$ 550 milhões.
Fonte: Estadão Conteúdo