Mercado abre a semana com novos movimentos de alta na arroba em negociações pontuais; Com oferta enxuta, cresce o número de plantas frigoríficas que demonstram dificuldade em negociar lotes mais volumosos de boi gordo para abate.
O mercado físico do boi gordo começou a semana com preços estáveis, na maior parte das praças pecuárias avaliadas pelas consultorias. Porém, cabe ressaltar que foram registradas negociações pontuais acima da referência média do mercado.
Diante desse cenário, a Agrifatto apontou estabilidade nos preços, a oferta e liquidez dos negócios do boi crescem. Em São Paulo, o boi “comum” segue sendo negociado a R$240,00/@ e o boi “China” a R$260,00/@. Na B3, o contrato com vencimento para jul/23 encerrou o dia com reajuste negativo de 0,20% e cotação da @ em R$ 252,85.
De acordo com a Safras & Mercado, não houve grandes mudanças nos padrões de negócio na maioria do país. Já o volume de negócios no mercado físico do boi gordo evoluiu de forma mais consistente, refletindo o encurtamento das escalas de abate dos frigoríficos e a oferta enxuta de animais terminados, informa S&P Global Commodity
Como ocorre nas segundas-feiras, grande parte dos frigoríficos está fora das compras, sentindo como foi a venda de carne, para definir os preços que serão ofertados. Ainda segundo a Scot Consultoria, as cotações para todas as categorias de bovinos para abate estão estáveis na comparação feita dia a dia. A cotação do boi está em R$250,00/@, a da vaca em R$ 212,00/@ e a da novilha em R$ 235,00/@, preços brutos e a prazo.
Segundo os dados divulgados pelo INDICADOR DO BOI GORDO CEPEA/B3, a semana abriu com correção negativa nos preços médios da boiada, cerca de 0,60% negativos na comparação diária. Sendo assim, conforme o gráfico abaixo, os preços ficaram apregoados em R$ 254,70/@ nesta segunda. Cabe ressaltar que o valor é, ainda, superior a média mensal.
Já o preço pago pela arroba do “boi China” – animais jovens abatidos com até 30 meses de idade – está em R$ 260,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$ 10,00/@. Paralelamente, o ritmo acelerado dos embarques de carne bovina brasileira tem endossado suporte à demanda por boiada gorda, apesar da inconsistência do consumo doméstico.
“As indústrias ainda contabilizam a venda de carne bovina ao longo do fim de semana para definir os preços que serão ofertados pela boiada gorda”, afirma os analistas.
Em algumas regiões, como São Paulo e Mato Grosso do Sul, os frigoríficos estão adotando uma postura mais cautelosa na compra de gado, pois as escalas de abate estão em uma posição confortável.
No Centro-Norte, no entanto, há uma maior propensão a ajustes devido às escalas de abate menos favoráveis. Vale ressaltar que a oferta de animais confinados ao longo de julho será limitada, mas espera-se um aumento em agosto, conforme apontado pelo analista Fernando Henrique Iglesias.
“Nesta segunda-feira, as unidades de abate que foram às compras visaram preencher as suas escalas ao menos até o começo da próxima semana”, relata a S&P Global. Segundo a consultoria, cresceu o número de plantas frigoríficas que demonstram dificuldade em comprar lotes mais volumosos de animais terminados.
“Algumas unidades já estão optando por trabalhar com a capacidade ociosa elevada com o objetivo de manter a produção equalizada à demanda vigente”, observam os analistas da S&P Global. A estratégia dos compradores, continua a consultoria, é tentar driblar maiores especulações altistas ou calibrar as suas margens operacionais.
No primeiro semestre de 2023, o abate de bovinos no Brasil cresceu cerca de 10% sobre igual período de 2022, impulsionado pelo salto no número de abate de fêmeas. Na avaliação da S&P Global, a lacuna entre o primeiro e segundo giro de confinamento deve manter um ambiente de preços firmes para o boi gordo no curto prazo.
Porém, o enfraquecimento das vendas de carne bovina no atacado/varejo vem sendo o principal fator de cautela no setor industrial.
China derruba a receita com exportações de carne bovina do Brasil
O faturamento com as exportações de carne bovina do Brasil caiu no primeiro semestre de 2023. A queda ocorreu no meio à redução da demanda chinesa pelo produto brasileiro. Ao longo do primeiro trimestre, as exportações de carne bovina renderam US$ 4,87 bilhões ao Brasil. Essa cifra representa 21% menos, em comparação a igual período de 2022. A retração do volume, entretanto, foi menor: 4%.
Entre janeiro e junho de 2023, a receita com o faturamento com os chineses caiu 29%, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes . Para a quantidade enviada ao país asiático, a redução ficou em 5%. Esse destino no mercado externo é para os frigoríficos brasileiros.
O mês de jul/23 se inicia com um volume de 37,38 mil toneladas de carne bovina exportadas na primeira semana do mês, um recuo de 14,77% na comparação com o mesmo período de 2022.
O preço da tonelada continuou recuando e fechou a semana com o valor de US$ 4.863/t, consolidando o cenário antecipado nas últimas semanas, em que a China dava sinais de comprar o dianteiro por valores cada vez menores, apontou relatório da Agrifatto.
Giro do boi gordo pelo Brasil
Em São Paulo (capital), o preço de referência para a arroba do boi ficou em R$ 254.
Em Dourados (MS), a arroba foi cotada a R$ 246.
Em Dourados (MS), a arroba foi cotada a R$ 246.
Já em Cuiabá (MT), o valor indicado foi de R$ 216 por arroba.
Em Goiânia (GO), a arroba do boi gordo foi negociada a R$ 240.
Em Uberaba (MG), o preço da arroba ficou em R$ 250.
Boi gordo no atacado
No mercado atacadista, os preços permanecem estáveis no início da semana. Ainda há uma tendência de possíveis ajustes a curto prazo, devido à entrada dos salários na economia.
No entanto, a carne de frango continua sendo um fator limitante, com preços em queda livre nos últimos dias. O quarto traseiro se mantém em torno de R$ 18,60 por quilo, enquanto o quarto dianteiro é cotado a R$ 14,40 por quilo. A ponta de agulha segue no patamar de R$ 14,25 por quilo.
Fonte: Canal Rural